28 de julho de 2004

Os traidores... fuzilam-se!

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, Diamantino André, foi acusado pelo seu partido, o PSD, de traição por ter participado numa acção de apoio ao candidato ao cargo de secretário-geral do PS, José Sócrates, na semana passada, em Castelo Branco.

O PSD local ficou indignado pelo facto do autarca ter aparecido ao lado dos socialistas numa acção de carácter estritamente partidária e apresentou queixa ao conselho de jurisdição nacional dos Autarcas Sociais Democratas, ASD.

A presença insólita do autarca é de estranhar e repudiar, refere um comunicado da comissão política concelhia, sublinhando que o PSD de Proença-a-Nova não pode pactuar com indecisões, traições ou qualquer acção que ponha em causa os valores da social-democracia e do PSD no concelho de Proença-a-Nova e que todos os militantes, autarcas e eleitos do partido devem defender em todos os momentos e circunstâncias o partido.
[Público, Nacional, 28 de Julho de 2004]

Ora cá está uma atitude sensata e uma concelhia que patrioticamente se empenha na intransigente defesa da sua quinta, dos seus caciques e dos ideais perseguidos pela social-democracia, à semelhança do governador da Madeira e do impoluto deputado Silva, de Águeda. Não se pode, de facto, pactuar ou sequer conviver com o inimigo. A não ser assim iríamos um domingo destes encontrar o primeiro-ministro e o Dr Louçã sentados à mesma mesa num dos restaurantes do Guincho, aproveitando a ausência do professor Marcelo na sua novena vespertina. Ninguém ainda imaginou o Dr Portas, aquartelado no centro do forte, a receber para o almoço de domingo o deputado Bernardino Soares, sentando-se ambos ao abrigo de um guarda-sol, a petiscarem uns pipis e a saborearem umas cervejas enquanto a televisão passava a missa no convento do Beato e a D. Cinha, em altos berros, cantava êxitos planetários da D. Ágata.

Por mim, sou franco! Desde que assinei a proposta para sócio do Boavista nunca mais ninguém me ouviu falar do seu presidente nem tão pouco do seu pai ou das funções que ambos desempenham. E toda a gente sabe como isso é difícil! E mais! Cortei de todo com alguns amigos e muito mais conhecidos que militam ou simplesmente torcem pelo inimigo. Seja ele o FCP, o Salgueiros ou os Passarinhos da Ribeira. Esqueci de todo alguns passeios de Verão que até tínhamos feito em conjunto, queimei as fotografias que os recordavam e estabeleci um novo itinerário diário para evitar passar à porta de qualquer deles. Ponham lá os da VCI um boneco de um dragão à porta, de metal ou de pedra, que em segredo sou voluntário para lá ir de noite a pintá-lo aos quadradinhos brancos e pretos. Há-de ficar bonito o bicharoco, muito mais bonito do que os sacanas puseram a felina e gloriosa pantera à entrada do Bessa.

Tudo isto sem contemplações e sem a mínima cedência. Os traidores não se expulsam que isso queriam eles para voltar a casa, calçar as pantufas e aninharem-se ao borralho. Não! Os traidores fuzilam-se em público, no largo da vila, para exemplo!

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