A falta de sanitas no palácio do Freixo
Investido nas funções de primeiro ministro Santana Lopes aproveitou as passagens de borla para vir ao Porto. Como se sabe nunca antes tinha estado a norte da Figueira da Foz e, mesmo assim, de passagem, mantendo gabinetes para despacho na linha e nos estúdios da RTP. Aproveitou e fez-se acompanhar da comitiva composta por ministros, chefes de gabinete, assessores, secretárias e contínuos, assim no género de uma excursão de freguesia do alto Minho a Fátima, para assistir à missa na capelinha das Aparições e participar na procissão das velas.
Reuniu o ministério onde já antes, por remniscência ultra esquerdista tinha também reunido o governo de José Barroso, também conhecido por Durão Barroso. No tardiamente reconstruído palácio do Freixo, obra de Nasoni, onde a câmara do Porto investiu, ao que se diz, cerca de dois milhões de euros. Para depois o deixar encerrado, sem utilização e sem préstimo, com as plantas do jardim a secarem e a humidade do Douro a aventurar-se de novo contra tectos e paredes. A fazer pensar que melhor teria sido investir o dinheiro na aquisição de mais um sarrafeiro para o ataque do Boavista.
Quis Santana reservá-lo para uso do governo. Sempre haveria um local fixo para a pernoita, fora da muralha fernandina para lá da qual, como se sabe, a permanência de forasteiros sempre foi fortemente condicionada. Além disso, localizado à beira rio, o palácio permitiria no futuro que todo o governo, triunfante, subisse o Douro desde o cabedelo no convés de um dos submarinos do ministro do mar, obtida que fosse a concordância do secretário de estado dos rios, ribeiros e outros cursos de água, excluindo esgotos e outros resíduos. Coisa inaceitável que nada estranha, Santana queria que tudo fosse de graça, como as viagens dos deputados e acompanhantes. Rio, que não o Douro, não pôde concordar com a desonesta proposta. Porque a câmara tem presidente e vereadores, chefes de gabinete e assessores, contínuos e motoristas a quem paga acima das tabelas para manter a motivação, assegurar o voto e prevenir as greves. O governo, por mais querido que fosse, tinha que pagar renda. O governo, natural e justamente, entendeu que isso iria abrir um perigoso precedente e seria o primeiro passo para que, de futuro, se lhe viesse a exigir que também pagasse outras contas a outros credores. O que não cabe na cabeça seja de quem for, por mais ministro ou secretário de estado que seja.
Além disso não é que o governo exigisse as louças de Limoges, os dourados das torneiras ou as tapeçarias de Arraiolos que, a bem da cultura, um qualquer coisa Carrilho mandou filosoficamente instalar na câmara de acesso ao seu gabinete, quando ministro. Mas nestas coisas, como noutras, nem oito, nem oitenta. O palácio do Freixo apenas dispõe de duas casas de banho, localizadas na cave. Sendo morosa, arquitectonicamente desaprovada por Siza Vieira, e exigindo projecto de engenharia de Segadães Tavares, a possibilidade da deslocalização foi posta de lado. E o palácio do Freixo foi recusado para sede nortenha do governo, face à exigência de renda e à falta de sanitas. De facto seria inconcebível e inaceitável que o gabinete se reunisse no piso superior e que, de repente, a meio de uma discussão mais acalorada, um qualquer ministro com mais ideias sobre o futuro do país e o bem estar dos eleitores, fosse instantaneamente acometido por violentas dores na tripa e corresse o risco de não ter tempo para descer à cave, desapertar o cinto e arrear as calças. Podendo ainda deparar-se com uma bicha - sem segundas, terceiras ou mesmo quartas intenções! - de utilizadores que o tivessem antecedido e que fossem portadores de senha com número mais baixo para apoiarem as nádegas na tábua.
E, como se sabe, as diarreias não têm respeito por nada nem por ninguém. Nem mesmo por quem, injustamente, se vê assim afectado de forma imprevisível e sem aviso. Nomeadamente aquelas que, à conta da contínua torrente das ideias, cientificamente se designam por diarreias cerebrais.
Reuniu o ministério onde já antes, por remniscência ultra esquerdista tinha também reunido o governo de José Barroso, também conhecido por Durão Barroso. No tardiamente reconstruído palácio do Freixo, obra de Nasoni, onde a câmara do Porto investiu, ao que se diz, cerca de dois milhões de euros. Para depois o deixar encerrado, sem utilização e sem préstimo, com as plantas do jardim a secarem e a humidade do Douro a aventurar-se de novo contra tectos e paredes. A fazer pensar que melhor teria sido investir o dinheiro na aquisição de mais um sarrafeiro para o ataque do Boavista.
Quis Santana reservá-lo para uso do governo. Sempre haveria um local fixo para a pernoita, fora da muralha fernandina para lá da qual, como se sabe, a permanência de forasteiros sempre foi fortemente condicionada. Além disso, localizado à beira rio, o palácio permitiria no futuro que todo o governo, triunfante, subisse o Douro desde o cabedelo no convés de um dos submarinos do ministro do mar, obtida que fosse a concordância do secretário de estado dos rios, ribeiros e outros cursos de água, excluindo esgotos e outros resíduos. Coisa inaceitável que nada estranha, Santana queria que tudo fosse de graça, como as viagens dos deputados e acompanhantes. Rio, que não o Douro, não pôde concordar com a desonesta proposta. Porque a câmara tem presidente e vereadores, chefes de gabinete e assessores, contínuos e motoristas a quem paga acima das tabelas para manter a motivação, assegurar o voto e prevenir as greves. O governo, por mais querido que fosse, tinha que pagar renda. O governo, natural e justamente, entendeu que isso iria abrir um perigoso precedente e seria o primeiro passo para que, de futuro, se lhe viesse a exigir que também pagasse outras contas a outros credores. O que não cabe na cabeça seja de quem for, por mais ministro ou secretário de estado que seja.
Além disso não é que o governo exigisse as louças de Limoges, os dourados das torneiras ou as tapeçarias de Arraiolos que, a bem da cultura, um qualquer coisa Carrilho mandou filosoficamente instalar na câmara de acesso ao seu gabinete, quando ministro. Mas nestas coisas, como noutras, nem oito, nem oitenta. O palácio do Freixo apenas dispõe de duas casas de banho, localizadas na cave. Sendo morosa, arquitectonicamente desaprovada por Siza Vieira, e exigindo projecto de engenharia de Segadães Tavares, a possibilidade da deslocalização foi posta de lado. E o palácio do Freixo foi recusado para sede nortenha do governo, face à exigência de renda e à falta de sanitas. De facto seria inconcebível e inaceitável que o gabinete se reunisse no piso superior e que, de repente, a meio de uma discussão mais acalorada, um qualquer ministro com mais ideias sobre o futuro do país e o bem estar dos eleitores, fosse instantaneamente acometido por violentas dores na tripa e corresse o risco de não ter tempo para descer à cave, desapertar o cinto e arrear as calças. Podendo ainda deparar-se com uma bicha - sem segundas, terceiras ou mesmo quartas intenções! - de utilizadores que o tivessem antecedido e que fossem portadores de senha com número mais baixo para apoiarem as nádegas na tábua.
E, como se sabe, as diarreias não têm respeito por nada nem por ninguém. Nem mesmo por quem, injustamente, se vê assim afectado de forma imprevisível e sem aviso. Nomeadamente aquelas que, à conta da contínua torrente das ideias, cientificamente se designam por diarreias cerebrais.
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