Subscrição a favor do Dr Menezes
Não sou muito dado a peditórios e, por isso, raramente participo. Até pela inutilidade de que se revestem e pela demonstração de incúria e incompetência a que regra geral conduzem. No Verão passado, enquanto o país ardia de Monção a Vila Real de Santo António e o ministério continuava distraído, a banhos, na Quinta do Lago, foram abertas contas bancárias em todos os bancos e por todo o país para recolher fundos que pudessem, de alguma forma, minorar as perdas que os directamente atingidos tinham sofrido. Um ano depois muitas das vítimas continuam a confrontar-se com o mesmo desespero de perda, parte dos fundos levou o habitual descaminho e outra, incredulamente, aguarda por distribuição. Ou, o que não é propriamente de excluir da lógica solidária da burocracia, por igual descaminho, a caminho de um qualquer ignorado e previlegiado bolso.
Mas por todas as razões, menos uma, tenho de alinhar neste de forma consciente e benemérita. A razão de sinal menos é, obviamente, a do Dr Rio, também meceredor de peditório em noite de S. João. Para melhorar o poder de fogo sobre Gaia, melhorar o guarda-fatos e permitir à Câmara do Porto a aquisição de um automóvel novo em que dignamente possa fazer-se transportar. E, se sobrar algum, atribuir um justo e generoso subsídio ao clube dos quadradinhos que permita manter como treinador principal o intelectual Jaime Pacheco, dileto discípulo do mestre poncha da Madeira.
Sistematicamente queixa-se o Dr Menezes de não ser um cidadão que possa apresentar-se ao serviço andrajoso e mal vestido, a receber os munícipes que o elegeram com o cabelo eriçado, a barba por aparar, a camisa queimada nos sovacos pela química dos desodorisantes e as sapatilhas rotas como aquele atleta que o país mandou para Atenas à conquista de medalhas. E tem razão! Precisa de mais fatos, com a etiqueta Rosa e Teixeira aplicada em lugar visível, gravatas decentes e alguns pares de sapatos mais. Não precisam de ser tantos como os que a Catarina Furtado arruma debaixo da cama e que ocupam quase todo o fim de semana ao João Gil com a caixa da graxa na mão, sentado a um canto da varanda.
Portanto, neste peditório, alinho. Tão generosamente como mo permitem os nossos ministros das finanças, a descer as taxas do IRS até perigosos níveis de afundamento e da saúde a manter-me saudável só de pensar que, graças a ele, mal se dá pelo começo da doença já se está nas termas a convalescer da operação. Além disso, para andar mal vestido, de simples bata branca sobre a reduzida tanga a ver-se-lhe à transparência, tinha o Dr Menezes continuado no hospital, como médico, a receitar aspirinas e a subscrever certidões de óbito. Aqueles a quem doía a cabeça nunca olharam para a forma como se vestia e os outros pura e simplesmente sempre persistiram em alhear-se de tudo.
Neste momento, por exemplo, preocupa-me a forma como o Dr Menezes andará vestido pelas ruas do Mónaco, com todas aquelas princesas à solta, invejando-lhe a trigueirice cigana e cobiçando-lhe o apregoado desempenho de macho latino. Parecendo mais malucas que princesas. Porque a supertaça europeia é só amanhã e, nos entretantos, um homem não é de pau.
Mas por todas as razões, menos uma, tenho de alinhar neste de forma consciente e benemérita. A razão de sinal menos é, obviamente, a do Dr Rio, também meceredor de peditório em noite de S. João. Para melhorar o poder de fogo sobre Gaia, melhorar o guarda-fatos e permitir à Câmara do Porto a aquisição de um automóvel novo em que dignamente possa fazer-se transportar. E, se sobrar algum, atribuir um justo e generoso subsídio ao clube dos quadradinhos que permita manter como treinador principal o intelectual Jaime Pacheco, dileto discípulo do mestre poncha da Madeira.
Sistematicamente queixa-se o Dr Menezes de não ser um cidadão que possa apresentar-se ao serviço andrajoso e mal vestido, a receber os munícipes que o elegeram com o cabelo eriçado, a barba por aparar, a camisa queimada nos sovacos pela química dos desodorisantes e as sapatilhas rotas como aquele atleta que o país mandou para Atenas à conquista de medalhas. E tem razão! Precisa de mais fatos, com a etiqueta Rosa e Teixeira aplicada em lugar visível, gravatas decentes e alguns pares de sapatos mais. Não precisam de ser tantos como os que a Catarina Furtado arruma debaixo da cama e que ocupam quase todo o fim de semana ao João Gil com a caixa da graxa na mão, sentado a um canto da varanda.
Portanto, neste peditório, alinho. Tão generosamente como mo permitem os nossos ministros das finanças, a descer as taxas do IRS até perigosos níveis de afundamento e da saúde a manter-me saudável só de pensar que, graças a ele, mal se dá pelo começo da doença já se está nas termas a convalescer da operação. Além disso, para andar mal vestido, de simples bata branca sobre a reduzida tanga a ver-se-lhe à transparência, tinha o Dr Menezes continuado no hospital, como médico, a receitar aspirinas e a subscrever certidões de óbito. Aqueles a quem doía a cabeça nunca olharam para a forma como se vestia e os outros pura e simplesmente sempre persistiram em alhear-se de tudo.
Neste momento, por exemplo, preocupa-me a forma como o Dr Menezes andará vestido pelas ruas do Mónaco, com todas aquelas princesas à solta, invejando-lhe a trigueirice cigana e cobiçando-lhe o apregoado desempenho de macho latino. Parecendo mais malucas que princesas. Porque a supertaça europeia é só amanhã e, nos entretantos, um homem não é de pau.
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