20 de março de 2004

Gilberto Madail não acerta uma

Sem nenhuma justificação o local de realização da final da Taça de Portugal em futebol voltou, disparatamente, à ordem do dia. Com achegas sem nenhum sentido, verdade seja dita. Por um lado o presidente do Porto, Pinto da Costa, a defender a final a duas mãos. Como a poderia ter defendido à melhor de cinco, por exemplo. Deve tê-lo feito por ironia, a título provocatório, atirando os foguetes e ficando a ver onde as canas irão cair. A Taça é uma prova a eliminar, a uma só mão, incluindo a final. E assim deve continuar a ser para que mantenha algum encantamento, para que permita que alguns pequenos cheguem um pouco mais longe. Porque, como se sabe, não estamos num país onde isso possa ocorrer normalmente, com toda a naturalidade.

Depois a questão do local que o Dr Madail diz, depois de apurados os dois finalistas, manter-se em aberto. Não pode haver finalistas apurados sem saberem onde vão jogar. É uma questão perfeitamente surrealista. Ou se mantém um determinado estádio - pode ser o do Jamor, porque não? - atribuindo aos finalistas o mesmo tratamento, inclusive no que respeita ao número de convites e de bilhetes para venda. Se a Federação não for capaz de assegurar essa isenção e de garantir essa neutralidade, é melhor fechá-la de vez. Ou se diz, antes da primeira eliminatória, em que estádio será disputada a final. E lá será, mesmo que um dos finalistas seja o proprietário do estádio e, por isso, se sinta em casa.

Apenas acontece que o futebol é como o resto do país, ou pior. Não é exemplo de coisa nenhuma e todas as movimentações são determinadas por interesses inconfessáveis, sem lisura e sem transparência. Se assim não fosse a questão pura e simplesmente não seria questão nenhuma.

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