Guilhermina Suggia: a morte há 54 anos



Não quero deixar em claro o trabalho exemplar e a devoção que a Guilhermina Suggia têm devotado Vírgilio Marques e Catarina Campos. Tanto mais que, diariamente, passo em frente ao número 665 da Rua da Alegria pelo menos duas vezes. Para verificar que a casa alberga, nesta altura e nas traseiras, uma oficina de motociclos. Depois de ter sido pouso de uma central sindical, paraíso para ratos e esperança especulativa de qualquer construtor civil. Curiosamente vem sendo sujeita, de há uma ou duas semanas para cá, a uma maquilhagem apressada, sem cuidados, com o efeito imediato de um disfarce nada conseguido. Discos de esmeril fizeram por branquer-lhe o granito da frontaria, borraram-lhe as paredes com um rosa-pantera e aplicaram-lhe nas caixilharias de madeira uma qualquer coisa que pudesse assemelhar-se a verniz.
Nada de resto e para além disso pessoalmente me espanta. A vida e o tempo, infelizmente, habituaram-me a descrer das instituições e das pessoas que ciclicamente as dirigem. O Porto e a sua Câmara Municipal ignoram Suggia, como ignoram tantas coisas e tanta gente que não merecem o esquecimento. Deu-se-lhe o nome a uma rua que, por ironia, não fica a mais de 500 metros da casa que foi sua, onde viveu e onde morreu. E de cuja curta descrição toponímica, para o muito pouco que sei, constam algumas evitáveis incorrecções.
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