Dia da mulher
Assinala-se hoje o dia internacional da mulher. Hipocritamente. Com a mesma estúpida hipocrisia com que o CDS enviou a fotografia de Freitas do Amaral, pelo correio, do Largo do Caldas para o Largo do Rato. Pretensamente para limpeza da parede e requalificação da história. Espera-se agora que com o mesmo espírito democrata-cristão um jagunço qualquer possa irromper pelas escadas do Largo do Rato e espetar com convicção nacionalista um picador de gelo bem no cocuruto do retrato.
A ideia da efeméride pertenceu, naturalmente, a um qualquer modesto Mota Soares de outros tempos e de outro continente e, imaginação minha, vejo-o gordo e anafado, sentado no chão, rodeado de mulheres, tipo Gungunhana. Que Mouzinho julgou sempre mais uma curiosidade do que um homem.
Todos estes dias comemorativos são oportunismos grosseiros, sem sentido, sem coerência e sem nenhuma honestidade. Durante um ano inteiro abatem-se tílias seculares, extinguem-se espécies, transformam-se em cavacas para a fogueira troncos de oliveira com trezentos anos, plantam-se eucaliptos e semeiam-se acácias por terrenos de cultura. Depois celebra-se a árvore, feita em lenha, a mais de vinte contos a tonelada. É como celebrar um dia da galinha, em que se não comessem canjas mesmo que se estivesse doente, se não estrelassem ovos e as não puséssemos a assar no espeto. E depois, nos restantes dias do ano, capássemos os galos, os forçássemos à engorda e os levássemos para a venda na feira dos capões de Freamunde.
A igualdade, honestamente, não passa nem das intenções nem de um ridículo dia comemorativo. Porque se lhes paga menos, se lhes exige mais, se estabelecem quotas para o exercício de cargos políticos que não são cumpridas - nem penalizadas! -, se lhes dá autorização para viajarem de Elvas a Badajoz. Ou, pior do que isso e como já ouvi esta manhã, se lhes exigia que apresentassem autorização dos maridos se fossem sócias de uma agremiação desportiva de Amares e se quisessem votar, por exemplo, para a eleição da direcção.
As mulheres começam por ser mais do que nós e só isso lhes daria o direito a reivindicarem a autodeterminação e a independência, como se fossem colónias. Porque razão se entende que devem aceder a acompanhar-nos num qualquer jantar a despropósito, aceitar um perfume adquirido com um cartão de crédito e, de seguida, disporem-se a não reagir ao assédio e prontificar-se a mostrar a cor da lingerie e a abrir-nos as pernas?
A ideia da efeméride pertenceu, naturalmente, a um qualquer modesto Mota Soares de outros tempos e de outro continente e, imaginação minha, vejo-o gordo e anafado, sentado no chão, rodeado de mulheres, tipo Gungunhana. Que Mouzinho julgou sempre mais uma curiosidade do que um homem.
Todos estes dias comemorativos são oportunismos grosseiros, sem sentido, sem coerência e sem nenhuma honestidade. Durante um ano inteiro abatem-se tílias seculares, extinguem-se espécies, transformam-se em cavacas para a fogueira troncos de oliveira com trezentos anos, plantam-se eucaliptos e semeiam-se acácias por terrenos de cultura. Depois celebra-se a árvore, feita em lenha, a mais de vinte contos a tonelada. É como celebrar um dia da galinha, em que se não comessem canjas mesmo que se estivesse doente, se não estrelassem ovos e as não puséssemos a assar no espeto. E depois, nos restantes dias do ano, capássemos os galos, os forçássemos à engorda e os levássemos para a venda na feira dos capões de Freamunde.
A igualdade, honestamente, não passa nem das intenções nem de um ridículo dia comemorativo. Porque se lhes paga menos, se lhes exige mais, se estabelecem quotas para o exercício de cargos políticos que não são cumpridas - nem penalizadas! -, se lhes dá autorização para viajarem de Elvas a Badajoz. Ou, pior do que isso e como já ouvi esta manhã, se lhes exigia que apresentassem autorização dos maridos se fossem sócias de uma agremiação desportiva de Amares e se quisessem votar, por exemplo, para a eleição da direcção.
As mulheres começam por ser mais do que nós e só isso lhes daria o direito a reivindicarem a autodeterminação e a independência, como se fossem colónias. Porque razão se entende que devem aceder a acompanhar-nos num qualquer jantar a despropósito, aceitar um perfume adquirido com um cartão de crédito e, de seguida, disporem-se a não reagir ao assédio e prontificar-se a mostrar a cor da lingerie e a abrir-nos as pernas?
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