Se eu pudesse votar
Se eu tivesse outra mentalidade e visse os partidos políticos como coisas diferentes do grupo do Ali Bábá. Se eu achasse que eles eram mais assim à maneira da quadrilha do Zé do Telhado, que tirava a quem tinha e distribuía por quem não tinha. Se, depois disso, eu simpatizasse com o PSD e metesse um empenho a alguém com alguma influência, talvez pudesse ser militante do partido. Se o fosse e tivesse as quotas em dia, ao contrário do que acontece com a Dra. Manuela Ferreira Leite, e os militantes fossem chamados a eleger o líder. Se tudo isso pudesse simultaneamente acontecer eu, por mim, já tinha candidato que calorosamente apoiaria e a quem daria o meu voto. Até mais do que uma vez se a fiscalização das mesas de voto se distraísse. Eu apoiaria Luís Filipe Menezes, sem hesitações. Primeiro porque é sabedora e sensatamente Luís, como o Delgado. Segundo porque é ambiciosamente um vencedor como o Luís Filipe que comanda o Benfica, que tem no bolso metade do passe do Mantorras e que acolhe o refugo de um ex-serralheiro emigrado no Luxemburgo. Por último porque é Menezes, um apelido que se escreve com zê, uma letra que sempre me foi difícil de desenhar de tão raro uso que lhe dou. Cheguei a frequentar exigentes aulas de caligrafia, que não resultaram. Continuo com a tendência para escrever com esse todas as palavras que têm zê, as pessoas percebem, vamos adiante.
Os principais argumentos para que eu apoiasse Menezes, mesmo sendo ele um médico pediatra e não tendo eu filhos em idade para lhe solicitar consulta, foram diligentemente enumerados por esta rapaziada pândega que bastante visito e onde mais me cultivo enquanto está vazio o ministério respectivo e ocupado na crónica diária o Dr. Prado Coelho. E senão vejamos: as propostas do Dr. Menezes são sensatas, visam o controlo da dívida pública, alcançarão rapidamente o equilibro orçamental e deixarão o pacto de estabilidade e crescimento para quem não é capaz de governar a sua paróquia.
Propõe a extinção do Tribunal Constitucional. É o primeiro passo para a extinção do Supremo, das Relações, das primeiras instâncias, dos tribunais de família e de menores. A seguir é atribuir a aplicação da justiça a uma empresa de "out sourcing", aposentar quem, com mais de 40 anos, já pouco possa dar à comunidade e despedir os outros, sem direito a subsídio de desemprego. No fim, num segundo mandato, será de extinguir a justiça ela própria que, como toda a gente sabe, não serve para nada. Tanto assim que, mais do que provarem que houve ou não abuso sexual de crianças da Casa Pia, os juízes se vão ocupando com os levantamentos no multibanco do Sr. Carlos Cruz e com os espectáculos de ópera a que, de fraque, esteve presente o embaixador Jorge Ritto.
Propõe a extinção da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Então alguém de bom senso sente como necessária uma tal organização? Quando o Sr. Joaquim Oliveira acaba de adquirir a Lusomundo e o Sr. Luís Delgado continua a assegurar a independência da sua prosa nas colunas do Diário de Notícias? Já é mania esta de persistir no gasto vão dos dinheiros públicos, tão necessários à promoção de sermões e procissões para que chova a cântaros, se faça a sementeira da batata e se assegure a graduação equilibrada do vinho alvarinho na próxima colheita.
Eleições directas do líder, claro está. Uma vez eleito será extinta a assembleia eleitoral, obsoleta e inútil, poupar-se-á em papel para os boletins de voto e em circulares dos adversários a aliciar incautos para o lado errado da verdade. E, como ainda se não esqueceu, a rádio Moscovo não fala verdade.
Propõe finalmente uma regionalização séria, que não seja sulista, elitista e liberal com epicentro no trajecto entre o Estoril e o Guincho, com paragem no casino e jantar na estalagem do Muxaxo. Uma regionalização que deslocalize - termo moderno este! - Gaia para o Alentejo, rapidamente e em força, numa sadia permuta de experiências com Ourique que já remeteu para norte o polivalente Zé Raul, actualmente dado ao erudito estudo da calçada à portuguesa.
Apoia a recandidatura do Dr. Rio à Câmara do Porto, a decisão que maiores garantias dá de que o mesmo não será eleito, para bem da cidade e protecção da família, e que ficará definitivamente encostado às boxes das provas automobilísticas de calhambeques que persiste em promover pela avenida da Boavista abaixo, com a cambota partida. E ali ficará, sujeito à restrição de movimentos curtos como se usasse uma pulseira electrónica, até que esteja terminado o túnel de Ceuta, entre em exploração o parque de estacionamento do Castelo do Queijo e se inicie a circulação de eléctricos na Rua 31 de Janeiro.
Os principais argumentos para que eu apoiasse Menezes, mesmo sendo ele um médico pediatra e não tendo eu filhos em idade para lhe solicitar consulta, foram diligentemente enumerados por esta rapaziada pândega que bastante visito e onde mais me cultivo enquanto está vazio o ministério respectivo e ocupado na crónica diária o Dr. Prado Coelho. E senão vejamos: as propostas do Dr. Menezes são sensatas, visam o controlo da dívida pública, alcançarão rapidamente o equilibro orçamental e deixarão o pacto de estabilidade e crescimento para quem não é capaz de governar a sua paróquia.
Propõe a extinção do Tribunal Constitucional. É o primeiro passo para a extinção do Supremo, das Relações, das primeiras instâncias, dos tribunais de família e de menores. A seguir é atribuir a aplicação da justiça a uma empresa de "out sourcing", aposentar quem, com mais de 40 anos, já pouco possa dar à comunidade e despedir os outros, sem direito a subsídio de desemprego. No fim, num segundo mandato, será de extinguir a justiça ela própria que, como toda a gente sabe, não serve para nada. Tanto assim que, mais do que provarem que houve ou não abuso sexual de crianças da Casa Pia, os juízes se vão ocupando com os levantamentos no multibanco do Sr. Carlos Cruz e com os espectáculos de ópera a que, de fraque, esteve presente o embaixador Jorge Ritto.
Propõe a extinção da Alta Autoridade para a Comunicação Social. Então alguém de bom senso sente como necessária uma tal organização? Quando o Sr. Joaquim Oliveira acaba de adquirir a Lusomundo e o Sr. Luís Delgado continua a assegurar a independência da sua prosa nas colunas do Diário de Notícias? Já é mania esta de persistir no gasto vão dos dinheiros públicos, tão necessários à promoção de sermões e procissões para que chova a cântaros, se faça a sementeira da batata e se assegure a graduação equilibrada do vinho alvarinho na próxima colheita.
Eleições directas do líder, claro está. Uma vez eleito será extinta a assembleia eleitoral, obsoleta e inútil, poupar-se-á em papel para os boletins de voto e em circulares dos adversários a aliciar incautos para o lado errado da verdade. E, como ainda se não esqueceu, a rádio Moscovo não fala verdade.
Propõe finalmente uma regionalização séria, que não seja sulista, elitista e liberal com epicentro no trajecto entre o Estoril e o Guincho, com paragem no casino e jantar na estalagem do Muxaxo. Uma regionalização que deslocalize - termo moderno este! - Gaia para o Alentejo, rapidamente e em força, numa sadia permuta de experiências com Ourique que já remeteu para norte o polivalente Zé Raul, actualmente dado ao erudito estudo da calçada à portuguesa.
Apoia a recandidatura do Dr. Rio à Câmara do Porto, a decisão que maiores garantias dá de que o mesmo não será eleito, para bem da cidade e protecção da família, e que ficará definitivamente encostado às boxes das provas automobilísticas de calhambeques que persiste em promover pela avenida da Boavista abaixo, com a cambota partida. E ali ficará, sujeito à restrição de movimentos curtos como se usasse uma pulseira electrónica, até que esteja terminado o túnel de Ceuta, entre em exploração o parque de estacionamento do Castelo do Queijo e se inicie a circulação de eléctricos na Rua 31 de Janeiro.
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