Promoção da virtude
A campanha eleitoral de engenheiro Sócrates insistiu no slogan ambíguo e vazio da crença: é preciso voltar a acreditar. A autoria, como se sabe, não foi dele. Que para tão profundos princípios não há engenharia civil que chegue. O autor foi o Sr. Luís Paixão Martins e o seu grupo económico foi o responsável pela condução a nível do país, de concelho em freguesia. Como serviço pago, obviamente, que o Sr. Martins tem família e cão para sustentar e dele dependem ainda os seus colaboradores e as suas famílias, incluindo as empregadas domésticas e as mulheres a dias.
Sobre a crença, é preciso voltar a acreditar em tudo, como se tivéssemos permanentemente a soprar-nos aos ouvidos o ex-bancário, agora bispo e proprietário do cinema Vale Formoso, Edir Macedo. Acreditar nos méritos do Sr. Trapattoni como treinador e na qualidade da equipa principal do Benfica para ganhar o campeonato. Acreditar na despoluição da ribeira dos Milagres e nas declarações do Sr. Madail sobre as dívidas do futebol ao fisco. Acreditar que o engenheiro Sócrates, uma vez empossado como primeiro-ministro, conseguirá a conversão do Dr. Soares e de sua excelsa esposa, relatando-lhes o último segredo de Fátima. Acreditar que a salvação da economia familiar está no euromilhões e não na porcaria de um qualquer emprego, com o código do trabalho tal como está ou ao gosto do Sr. Ludgero Marques.
É preciso voltar a acreditar na virtude e promovê-la. Não acreditar no vício e combatê-lo. Com zagaias, canhangulos, armas automáticas e rezas que peçam chuva. Inclusive com alguidares de azeite a ferver derramados sobre a aleivosia dos viciados que nos sitiam. Como, com tão belo efeito, se fez na tomada de Lisboa aos mouros. Por mais que o equilíbrio das contas públicas aconselhe a redução de ministérios e a reciclagem de assessores, este é mais importante do que seria o do Sr. Bagão Félix se o CDS/PP tivesse ficado a mais de um por cento dos trotskistas e conseguido eleger o Sr. Nobre Guedes como deputado por Coimbra. É precisa, é imperiosa, é inadiável a criação do ministério da prevenção do vício e da promoção da virtude. E confiá-lo a este homem sem mácula, que desconfia da serpente, não mete o dente a nenhuma maçã e usa barbas apenas para disfarçar. Um homem que não cede à vontade de comer carne, mesmo que tenha adquirido a bula, e que se alimenta de chicharros alimados, lentamente passados pelas brasas, acompanhados com salada de alface. E ele sabe, como economista, os proveitos morais que a pureza e o seu estado casto trazem ao país. Por favor, nomeiem-no. A bem do pacto de estabilidade e crescimento. Pela erradicação imediata do tesão e da punheta!
Sobre a crença, é preciso voltar a acreditar em tudo, como se tivéssemos permanentemente a soprar-nos aos ouvidos o ex-bancário, agora bispo e proprietário do cinema Vale Formoso, Edir Macedo. Acreditar nos méritos do Sr. Trapattoni como treinador e na qualidade da equipa principal do Benfica para ganhar o campeonato. Acreditar na despoluição da ribeira dos Milagres e nas declarações do Sr. Madail sobre as dívidas do futebol ao fisco. Acreditar que o engenheiro Sócrates, uma vez empossado como primeiro-ministro, conseguirá a conversão do Dr. Soares e de sua excelsa esposa, relatando-lhes o último segredo de Fátima. Acreditar que a salvação da economia familiar está no euromilhões e não na porcaria de um qualquer emprego, com o código do trabalho tal como está ou ao gosto do Sr. Ludgero Marques.
É preciso voltar a acreditar na virtude e promovê-la. Não acreditar no vício e combatê-lo. Com zagaias, canhangulos, armas automáticas e rezas que peçam chuva. Inclusive com alguidares de azeite a ferver derramados sobre a aleivosia dos viciados que nos sitiam. Como, com tão belo efeito, se fez na tomada de Lisboa aos mouros. Por mais que o equilíbrio das contas públicas aconselhe a redução de ministérios e a reciclagem de assessores, este é mais importante do que seria o do Sr. Bagão Félix se o CDS/PP tivesse ficado a mais de um por cento dos trotskistas e conseguido eleger o Sr. Nobre Guedes como deputado por Coimbra. É precisa, é imperiosa, é inadiável a criação do ministério da prevenção do vício e da promoção da virtude. E confiá-lo a este homem sem mácula, que desconfia da serpente, não mete o dente a nenhuma maçã e usa barbas apenas para disfarçar. Um homem que não cede à vontade de comer carne, mesmo que tenha adquirido a bula, e que se alimenta de chicharros alimados, lentamente passados pelas brasas, acompanhados com salada de alface. E ele sabe, como economista, os proveitos morais que a pureza e o seu estado casto trazem ao país. Por favor, nomeiem-no. A bem do pacto de estabilidade e crescimento. Pela erradicação imediata do tesão e da punheta!
2 Comentários:
O senhor... das Neves é impagável!!
Ainda sobre o slogan da campanha de Sócrates: Sempre que via atrás do líder aqueles adolescentes cabisbaixos, de camisolinha encarnada vestida e com a palavra "acredito" escarrapachada na frente juro que por vezes parecia que estava escrito "a crédito"...A sério. Parecia mesmo.
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