A inauguração do estádio do Dragão
Há ainda poucos dias os jornais, sem destaque, referiam que os serviços do gabinete do Dr Mota Amaral, presidente da Assembleia da República, tinham contactado a direcção do Futebol Clube do Porto para obterem informações relativas à cerimónia de inauguração do novo estádio do Dragão – Antas era muito mais feliz, mas está bem! – no sentido de prepararem a respectiva agenda que, muito provavelmente, nessa semana não permitiria que o Dr Amaral fosse matar saudades das ilhas. Da forma que lhe é peculiar, e que às vezes se não sabe se é irónica se é apenas grosseira, o Sr. Pinto da Costa parece ter respondido que não havia razões para que se preocupassem com isso. Porquê? Apenas porque ele não tinha intenções de convidar o Dr. Amaral.
Vem entretanto a saber-se que o Dr. Sampaio e o Dr. Barroso não estarão presentes porque, na data aprazada, estarão em missão na Bolívia. E confirma-se que o Dr. Amaral realmente não tinha sido convidado.E porque razão? Segundo corre, a título de retaliação pelo facto do Dr Amaral ter considerado não justificadas as faltas dos deputados que, a convite do Sr. Pinto da Costa, se deslocaram ainda não há muito tempo a Sevilha para assistirem à final da Taça Uefa e que não terão alegado que a viagem se fizera a título de honrado trabalho político, de cachecol ao pescoço e bandeirinha na mão.
Portanto, segundo parecia, e satisfazendo as pretensões do Dr. Rio, o Sr. Pinto da Costa punha termo à mais que badalada promiscuidade entre o futebol e a política, pelo menos em relação ao novo estádio. E, em relação a este, proclamava, imperial e ufano: casa nova, vida nova!
Mas logo de seguida o ministro Arnault diz que vai estar presente na cerimónia, acompanhado por mais alguns ajudantes de ministro, como muito bem lhes chamava o Dr. Cavaco. Porque foi convidado para isso. E, naturalmente, o Sr Pinto da Costa tem ainda o conjunto de amigos com quem às vezes janta, joga à sueca ou à moedinha. Que, por mero e simples acaso, são deputados e que antes já foram a Sevilha. Esses, claro, virão como amigos que se encontram regularmente, não nos Passos Perdidos mas no mais informal restaurante Casa Branca, à volta de uma mesa redonda e tendo pela frente um saboroso bacalhau à Gomes de Sá.
Falta apenas saber quem deve descerrar a lápide, usando o fato do casamento ou da comunhão, se ainda for solteiro e este lhe servir. Mas, quanto a isso, parece que vão adiantadas as negociações com o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã. Que na data não estará ausente na Bolívia. E que parece não ter a sua agenda de todo preenchida. Mas o Sr. Pinto da Costa que se apresse, não vá ele programar uma qualquer ida à pesca!
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