O ministro da agricultura vai embora
Um amigo meu, que S. Pedro já sentou à sua direita, na condição de não usar telemóvel nem quebrar o segredo de justiça, tinha uma mulher culta, instruída e simpática. Mas, apesar disso, bastante doente: tinha todos os sintomas, sofria com tudo o que era dor, engolia tudo quanto era cápsula ou comprimido, disponibilizava as nádegas para quanto era agulha de seringa e mezinha injectável. Quando o encontrava, por educação elementar que também recebi, perguntava-lhe como ia a esposa. Respondia-me invariavelmente: vai bem felizmente. Sabe, ela para aguentar com tanta doença tem que ter uma saúde de ferro!
Ontem, ao ouvir o ainda ministro da agricultura, lembrei-me deste meu amigo, da respectiva mulher e daquilo que me dizia. Por linear analogia. Mais ou menos o ainda ministro da agricultura dizia a repórteres que o questionavam que não estava disponível para eventualmente participar no novo governo. Não, não tinha nada contra o indigitado primeiro-ministro, proclamado da varanda do município, como se a data fosse o 5 de Outubro. Tão pouco contra o desertor, que já se não sabe se ainda é ou se já não é, cuja imagem vai chegando até nós exercitando línguas estrangeiras e sorrisos pepsodent. Nem sequer nenhum receio da reforçada fiscalização que se adivinha por parte dos fiscais da Emel, do universo dos revisores de contas e do inquilino de Belém. Não se manifestava disponível apenas por cansaço, ao fim de dois anos e meio de pesados trabalhos no exercício de funções.
Tem razão o ministro e, antes que se veja coagido a consultar psiquiatras, ingerir ansiolíticos e ser estreitamente acompanhado por uma equipa de psicólogos, é melhor que se recolha a um isolado monte alentejano, proteja a moleirinha do sol do meio dia e repouse tanto quanto puder, seguindo um regime alimentar ligeiro e saudável. Porque de facto é preciso muito e árduo trabalho para manter inoperante, inútil e inexistente um ministério monstro que dá pelo nome de MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS.
A prová-lo fica o trabalho deste maduro - sem nenhuma intenção pejorativa, bem pelo contrário! - com o serviço público que nos presta a todos ao descrever 10 dos 29 serviços do ministério, onde se incluem 7 de âmbito regional. E isto, veja-se, para que, felizardos, possamos comer cebolas e tomates vindos de Espanha, peixe capturado pela frota espanhola, frangos degolados em Espanha, bife de reses abatidas em Espanha e tentar combater alguns incêndios com aviões e tripulações vindas de Espanha. E, apesar disso, manter as nossas vacas loucas, sem acompanhamento médico e sem internamento hospitalar. O que, creio, se fica a dever à reduzida dimensão dos serviços de veterinária. Exactamente onde o amigo tinha de interromper a descrição, porra!
Ontem, ao ouvir o ainda ministro da agricultura, lembrei-me deste meu amigo, da respectiva mulher e daquilo que me dizia. Por linear analogia. Mais ou menos o ainda ministro da agricultura dizia a repórteres que o questionavam que não estava disponível para eventualmente participar no novo governo. Não, não tinha nada contra o indigitado primeiro-ministro, proclamado da varanda do município, como se a data fosse o 5 de Outubro. Tão pouco contra o desertor, que já se não sabe se ainda é ou se já não é, cuja imagem vai chegando até nós exercitando línguas estrangeiras e sorrisos pepsodent. Nem sequer nenhum receio da reforçada fiscalização que se adivinha por parte dos fiscais da Emel, do universo dos revisores de contas e do inquilino de Belém. Não se manifestava disponível apenas por cansaço, ao fim de dois anos e meio de pesados trabalhos no exercício de funções.
Tem razão o ministro e, antes que se veja coagido a consultar psiquiatras, ingerir ansiolíticos e ser estreitamente acompanhado por uma equipa de psicólogos, é melhor que se recolha a um isolado monte alentejano, proteja a moleirinha do sol do meio dia e repouse tanto quanto puder, seguindo um regime alimentar ligeiro e saudável. Porque de facto é preciso muito e árduo trabalho para manter inoperante, inútil e inexistente um ministério monstro que dá pelo nome de MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, DO DESENVOLVIMENTO RURAL E DAS PESCAS.
A prová-lo fica o trabalho deste maduro - sem nenhuma intenção pejorativa, bem pelo contrário! - com o serviço público que nos presta a todos ao descrever 10 dos 29 serviços do ministério, onde se incluem 7 de âmbito regional. E isto, veja-se, para que, felizardos, possamos comer cebolas e tomates vindos de Espanha, peixe capturado pela frota espanhola, frangos degolados em Espanha, bife de reses abatidas em Espanha e tentar combater alguns incêndios com aviões e tripulações vindas de Espanha. E, apesar disso, manter as nossas vacas loucas, sem acompanhamento médico e sem internamento hospitalar. O que, creio, se fica a dever à reduzida dimensão dos serviços de veterinária. Exactamente onde o amigo tinha de interromper a descrição, porra!
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