O desporto é uma escola de virtudes
Primeiro foi o Dr Salazar a tentar meter-me na cabeça aquela ideia peregrina de Deus, Pátria e Família. Não teve grande sucesso! Nunca solicitei a bênção ao cardeal Cerejeira e nunca frequentei a igreja para ir rezar o terço. Do mesmo modo nunca achei que tivesse muito jeito aquela ideia da Pátria una e indivisível, do Minho a Timor, passando pelo forte de S. João Batista e por Goa, Damão e Diu. E mesmo a família cada um tem a sua, não havia nem há um manual de procedimentos para a constituir com casamento, fabrico de filhos e por aí fora como foi política do regime.
Mas ao desporto como escola de virtudes converti-me sem grandes dificuldades e quase nenhuma resistência. Os colegas que mais cresceram jogavam voleibol, os que namoravam as miúdas mais giras eram uns artistas na patinagem, os que mandavam maior capado desde cedo eram praticantes de andebol. Os outros quase que se limitavam a ficar com as miúdas que sobravam, nunca chegaram a calçar mais de trinta e oito e dificilmente ultrapassaram o metro e setenta de altura. Alguns fizeram uma coisa que se chamava exame de aptidão, matricularam-se em universidades, concluíram cursos superiores. Casaram-se invariavelmente com raparigas de um metro e cinquenta, acne persistente na face, tendência prematura para a obesidade. Quase sempre se divorciaram, arranjaram namoradas, frequentaram grupos onde apenas se jogava o gamão.
Mais recentemente, em moldes modernos, quando as pessoas se deslocam de metro e os árbitros usam apitos dourados, o major Loureiro convenceu-me que o futebol era um desporto que fora promovido a indústria - quando inquiri que produtos fabricava responderam-me que isso não era pergunta que se fizesse mas que, de qualquer modo, eram os resultados! - e que era perfeitamente exemplar. Como desporto e como indústria.
Os clubes não devem nada ao Estado, os dirigentes desportivos são a nata da sociedade civil, os estádios são frequentados pelas mais distintas figuras públicas e pelos mais renitentes rufias da pedreira dos húngaros e do bairro do lagarteiro. Não duvidei, tão pouco pus em dúvida. Se quem o afirma é o homem que é, a quem se não conhece um só emprego mas muitos, ainda por cima militar de carreira com patente superior a furriel, é para acreditar.
E a semana passada foi, em cada dia, um reinventado exemplo disso com a lenha que se foi juntando para a fogueira que ontem ardeu no estádio da Luz. E que apenas começou com alguns quinze minutos de atraso embora depois, para compensar, se tivesse prolongado pela noite dentro e pelos dias que vão seguir-se. Foi comovente que os festejos tivessem sido extensivos às mulheres, filhos, namorados e amigos dos dirigentes corporativos que usam gravata, vestem fato e não precisam do futebol para nada, nem sequer para viverem. A Liga e o major decerto reafirmarão a exemplaridade sensata do futebol profissional, embora ainda o não tenham vindo dizer, seguramente devido a outras ocupações.
Por mim, há muito me fiz adepto fervoroso dos Onze Bravos do Quinzau, que passados quinze minutos de jogo já eram quinze. Porque todos queriam jogar para ganhar e a única batota que conheciam era esta.
Mas ao desporto como escola de virtudes converti-me sem grandes dificuldades e quase nenhuma resistência. Os colegas que mais cresceram jogavam voleibol, os que namoravam as miúdas mais giras eram uns artistas na patinagem, os que mandavam maior capado desde cedo eram praticantes de andebol. Os outros quase que se limitavam a ficar com as miúdas que sobravam, nunca chegaram a calçar mais de trinta e oito e dificilmente ultrapassaram o metro e setenta de altura. Alguns fizeram uma coisa que se chamava exame de aptidão, matricularam-se em universidades, concluíram cursos superiores. Casaram-se invariavelmente com raparigas de um metro e cinquenta, acne persistente na face, tendência prematura para a obesidade. Quase sempre se divorciaram, arranjaram namoradas, frequentaram grupos onde apenas se jogava o gamão.
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2 Comentários:
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