O debate parlamentar

Depois Sócrates apresenta-se penteado, de equipamento novo, com o nome gravado nas costas da camisola e exibindo, orgulhoso, a braçadeira de capitão de equipa. Tomando uma pequena parte pelo todo e referindo que foi eleito, mas esquecendo-se que a grande maioria dos que pagam bilhete não foi tida nem achada no assunto e que, mesmo daqueles que votaram, o voto de uns vale mais do que o voto de outros. Sendo engenheiro civil entra no jogo como ajudante de trolha, tentando jogar como extremo esquerdo cujo pé canhoto é cego de todo, sem habilidade e sem treino. E, como se sabe, os seis milhões de adeptos do Benfica não elegeram o Sr Luís Filipe Vieira, como já não tinham eleito o Sr Manuel Vilarinho.
Até o original Anacleto estranhou que, tendo-se o hemiciclo transformado em galinheiro, nenhuma galinha tivesse posto o ovo entre dois cacarejos e apenas um bezerro tivesse surgido no meio do curral, cambaleando, procurando o tabuleiro da ração ou o fardo da palha. A desesperança, todavia, vem do facto de se anunciar a dicotomia numa luta de galos de aviário entre os quais a maior diferença é a exactidão com que são rigorosamente iguais. Na marca das roupas, no vazio de ideias, nos agradecimentos aos Srs Machado de Assis e Camilo Castelo Branco pela remessa dos seus últimos êxitos literários. Estamos feitos!
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