Conversas em família – Take one

Deu à comunicação a mesma dignidade que lhe daria qualquer sindicalista regional ou o vogal de qualquer associação de comerciantes concelhia do interior. Nitidamente não percebia o que significavam os números que pronunciava nem isso era importante. Fez a apresentação pública do orçamento de estado e, como pároco de turno, indicou ao hesitante eleitor insular o sentido de voto para o próximo domingo. Conteve-se e não se aventurou a fazer prognósticos sobre o Benfica - Porto do próximo fim de semana. Por pudor não referiu sequer as ajudas materiais que o país recebe em bananas da Madeira e queijos de S. Jorge.
Enumerou tudo o que o seu governo já fez e decidiu em menos de três meses, trabalhando vinte e quatro horas de dia e outras vinte e quatro de noite como, no passado, sugeriu Samora Machel. Culpou de tudo os governos que antecederam a feliz coligação em que o seu gabinete tem reduzido o desemprego à razão de treze unidades por dia e, sobre o arrendamento urbano, ameaçou excomungar António Salazar e a sua governanta, D. Maria. Não prometeu para já a descoberta do caminho marítimo para a Índia, mas certamente chegará ao Brasil, fundará cidades, construirá igrejas e evangelizará o gentio. Este país há-de cumprir seu ideal!
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