13 de novembro de 2003

Exame a Portugal

A revista Visão, na sua última edição faz o exame a Portugal. E fá-lo em seis páginas e alguns quadros, generosamente acompanhados de fotografias. Suporta-se nos resultados de uma sondagem de 32 perguntas, feita por 21 entrevistadores a uma amostra de 600 indivíduos.

Tiveram esses indivíduos a disponibilidade para dizerem em que partido votariam, que grau de confiança tinham numa série de personalidades, como avaliavam a actuação do Dr Barroso e do Dr Ferro, se achavam que a prisão preventiva era utilizada correctamente e por aí fora.

Não tenho nada contra as sondagens e acredito que são realizadas no estrito respeito pelos mais rigorosos preceitos técnicos. Já quanto à interpretação que depois se pretende fazer dos respectivos resultados... vou ali e já venho. Os mesmos são lidos como certezas definitivas e irreversíveis, abusivamente.

Mais estranho – provavelmente para mim, que sou leigo – fala-se em classe social elevada (A/B), em classe social de pessoas sem instrução (D/E), em homens das classes C1 e C2 – estes confiam no ministro Portas – e fico confuso, mas adiante.

Quanto à expressão da sondagem e, por exemplo, sobre a governação do Dr Barroso. Se convertermos as percentagens apresentadas em invivíduos inquiridos: 12 acham que tem estado “muito bem”, 182 que tem andado “bem”, 96 que não tem ido “nem bem nem mal”, 158 que tem governado “mal”, 90 que o tem feito “muito mal” e 42 não estiveram para se chatear e disseram “que não sabiam ou não respondiam”.

E com esta expressão numérica faz-se o exame a Portugal? Realmente! Não admira que em Portugal outros exames tenham os resultados que têm!

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