2 de dezembro de 2003

Dia mundial da luta contra a sida

A sida não é, infelizmente, uma doença que possa combater-se num dia. Ou, tão pouco, uma doença que baste recordar-se num dia por ano. Ou ainda, sequer, uma doença de que, intensa mas vagamente, se fale um dia por ano. É uma tragédia de que os poderes instituídos, como lhes convem, fazem por abstrair-se e passar ao lado. Não disponibilizando meios para a luta contra ela nem tão pouco para a sua divulgação e prevenção.

Hoje, depois de um dia mundial da luta contra a sida, mais um, surgem apontamentos que merecem reflexão, mais do que nunca.

Em Portugal o comissário nacional da luta contra a sida, Meliço Silvestre, confessa-se chocado pelo facto de um em cada sete portugueses acreditar que a sida se pode transmitir com um simples aperto de mão e considera o facto inadmissível. Mas o que de facto é inadmissível não é o choque do Sr comissário. O que é perfeitamente inadmissível são os resultados atingidos pelos serviços do Sr Comissário. Que dispuseram de meios financeiros – avultados ou não, é irrelevante – e não conseguiram ir mais longe do que assegurar a ignorância grotesca que agora nos chega ao conhecimento. E que nos não surpreende.

Enquanto vou redigindo este “post” vou ouvindo um “forum” mulheres na TSF com intervenção das ouvintes. Algumas dessas intervenções poderiam perfeitamente ter sido feitas por mulheres do século dezoito. Porque de facto podem emparceirar, sem nenhum prejuízo, com as que sobre o mesmo assunto teriam feito as contemporâneas do Sr Marquês de Pombal ou as beatas que acompanharam à missa o Dr Salazar que, como se sabe, viveu no século anterior ao do Marquês.

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