O Dr. Monteiro exige legislação para proibir os sismos
Vai bem o novo partido do Dr. Monteiro, recentemente fundado num congresso organizado pelo próprio e que, contra as suas próprias expectativas, e muito contra sua vontade, o elegeu como promissor presidente, sem necessidade de tarimbar no grupo da canalha. O que o Dr. Monteiro já fez num outro partido em que depois passou a sénior e rapidamente garantiu lugar de efectivo na primeira equipa, chegando a envergar a braçadeira de capitão. Foi dirimindo os conflitos com os árbitros, sempre numa atitude correcta, de tronco erecto e mãos acauteladamente atrás das costas, não fossem os mesmos mencionar nos relatórios que fora insultuoso e, pior, que durante as conversas ensaiara uns directos à João Pinto. Foi menos eficaz na sua tarefa de sossegar os colegas de equipa e um deles, que anda por aí, apanhou-o menos vigilante, dirigiu-se ao árbitro e denunciou-o como tendo-lhe insultado a mãe, mesmo que por entre dentes. Vai daí, foi expulso e perdeu a braçadeira de capitão, ficando livre no mercado, sem empresário e sem ser época de transferências. Pensou e nasceu o seu novo partido, para ser diferente de todos os outros porque, segundo diz, coexiste e entende-se com todos os outros, acreditem em Deus ou no diabo.
Lugar na assembleia não o conseguiu, estava a dotação completa e nem inscrições estavam abertas. Concurso só se esperava que pudesse ser aberto dois anos depois. Solicitou audiências, desdobrou-se em entrevistas, comprou papel de carta e começou a escrever sobre os assuntos que mais afligem a pátria. Ainda agora, sobre os terramotos, se antecipou a toda a gente, incluindo o Marquês de Pombal. E reclama que a assembleia realize com a maior urgência uma audição parlamentar sobre a prevenção de sismos. Sem demagogia, sem alarmismo, mas com tranquilidade e com sentido de prevenção do País, pensamos que é necessário começar a discutir como é que se evitam os danos das catástrofes naturais. E acrescenta existir forte probabilidade de ocorrência de um sismo na zona de Lisboa em virtude dos dois sismos do século XX não terem chegado para libertar a energia acumulada.
É assim mesmo, Dr. Monteiro! Vê-se que tem aproveitado o tempo do defeso. Certamente visitou o Instituto de Meteorologia e ter-se-á alistado numa corporação de bombeiros voluntários da linha. Agora é preciso de facto libertar toda a energia que se tem acumulado. E olhe que no parlamento se tem acumulado toda!
Lugar na assembleia não o conseguiu, estava a dotação completa e nem inscrições estavam abertas. Concurso só se esperava que pudesse ser aberto dois anos depois. Solicitou audiências, desdobrou-se em entrevistas, comprou papel de carta e começou a escrever sobre os assuntos que mais afligem a pátria. Ainda agora, sobre os terramotos, se antecipou a toda a gente, incluindo o Marquês de Pombal. E reclama que a assembleia realize com a maior urgência uma audição parlamentar sobre a prevenção de sismos. Sem demagogia, sem alarmismo, mas com tranquilidade e com sentido de prevenção do País, pensamos que é necessário começar a discutir como é que se evitam os danos das catástrofes naturais. E acrescenta existir forte probabilidade de ocorrência de um sismo na zona de Lisboa em virtude dos dois sismos do século XX não terem chegado para libertar a energia acumulada.
É assim mesmo, Dr. Monteiro! Vê-se que tem aproveitado o tempo do defeso. Certamente visitou o Instituto de Meteorologia e ter-se-á alistado numa corporação de bombeiros voluntários da linha. Agora é preciso de facto libertar toda a energia que se tem acumulado. E olhe que no parlamento se tem acumulado toda!
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