O compadre alentejano da Dra Manuela Leite
Vivendo no Porto devoto ao Alentejo a admiração dos horizontes que vão para lá da vista. Gosto das terras, das pessoas e das cantigas. Não há, portanto, nada de pejorativo na figura simpática do compadre que, como garantia, se deve exigir alentejano. Como o pão!
Como do Brasil se diz ser o país do carnaval, este é o país da gargalhada. É tempo perdido produzir programas humorísticos para a televisão como agora, por decreto, o ministro Sarmento impôs àquilo a que chama sociedade civil. Não vale a pena subsidiar os filmes cómicos do jovem cineasta Manoel de Oliveira, mesmo que possam sair vencedores do festival de Cannes. É apenas para benefício das empresas de celulose a edição de suplementos de jornais e de revistas que supostamente pretendam fazer rir. O riso está em toda a parte, a todas as horas. O português, mesmo quando chora, chora por não conseguir conter a gargalhada.
A indústria do riso é, por isso, uma indústria em recessão. Não tem de que se queixar: acompanha todo o resto no uso excitante da tanga. Compreende-se, também por isso, que o Sr Herman José tenha gasto uma fortuna em despesas de investigação para descobrir uma alternativa que lhe garantisse a renovação do contrato com a SIC e lhe desse dinheiro para barcos, automóveis e charutos. E optou por apresentar programas que não têm graça nenhuma em que os convidados são sempre os mesmos e se apresentam periodicamente, por escala, como as farmácias de serviço.
E senão reparem! Foi criado o Centro Hospitalar de Lisboa que incorpora os hospitais de S. José, Capuchos e Desterro. Seguindo uma filosofia de gestão a que, em mirandês, alguém chamou "small is beautiful", o governo junta. Para tornar mais pequeno. Depois precisa de nomear dirigentes, sem recurso a coisa nenhuma, apenas à sua vontade, não está vinculado a nada, muito menos ao eleitorado. Socorre-se de um jovem reformado da função pública, - só está reformado há três anos! - o médico Manuel Guimarães da Rocha, e indigita-o para presidente do conselho de administração. Mas então o país já se não contenta com a ignomínia do trabalho infantil? Precisa ainda do trabalho senil? Mais do que isso, é legal, é legítimo, é ético, é deontologicamente correcto, é moral recrutar um reformado de 68 anos de idade, a precisar de sopas, descanso e dos programas de turismo senior do Inatel e forçá-lo a trabalhar de novo? Mesmo que o cargo lhe componha o orçamento familiar e lhe garanta mais uns cobres para que ofereça mais umas pastilhas elásticas aos netos? Parece, racionalmente, que não!
Perdão, peço desculpa, afinal parece racionalmente que sim! Se eu tivesse informação privilegiada fazia como o filho do Sousa Cintra: aproveitava para arrecadar uns milhões e depois oferecia um veículo todo o terreno de topo de gama aos bombeiros. Para ir à caça aos fins de semana. Sim, eu! O comandante, se quisesse, podia ir dar uma volta comigo. Mas tive-a apenas agora, quando nada me adianta! Este reformado começou por ser contestado por se alegar que a sua nomeação era política. De estranhar, porque é coisa rara entre nós. O que nos faz rir duplamente, a nomeação e a política. Mas afinal não há razão. O Dr Guimarães da Rocha foi forçado ao trabalho, depois de estar a gozar a sua merecida reforma, por razões meramente familiares e de amizade. É compadre da Dra Manuela Leite. Mas não sei se é ou não alentejano, o que também é indiferente!
Como do Brasil se diz ser o país do carnaval, este é o país da gargalhada. É tempo perdido produzir programas humorísticos para a televisão como agora, por decreto, o ministro Sarmento impôs àquilo a que chama sociedade civil. Não vale a pena subsidiar os filmes cómicos do jovem cineasta Manoel de Oliveira, mesmo que possam sair vencedores do festival de Cannes. É apenas para benefício das empresas de celulose a edição de suplementos de jornais e de revistas que supostamente pretendam fazer rir. O riso está em toda a parte, a todas as horas. O português, mesmo quando chora, chora por não conseguir conter a gargalhada.
A indústria do riso é, por isso, uma indústria em recessão. Não tem de que se queixar: acompanha todo o resto no uso excitante da tanga. Compreende-se, também por isso, que o Sr Herman José tenha gasto uma fortuna em despesas de investigação para descobrir uma alternativa que lhe garantisse a renovação do contrato com a SIC e lhe desse dinheiro para barcos, automóveis e charutos. E optou por apresentar programas que não têm graça nenhuma em que os convidados são sempre os mesmos e se apresentam periodicamente, por escala, como as farmácias de serviço.
E senão reparem! Foi criado o Centro Hospitalar de Lisboa que incorpora os hospitais de S. José, Capuchos e Desterro. Seguindo uma filosofia de gestão a que, em mirandês, alguém chamou "small is beautiful", o governo junta. Para tornar mais pequeno. Depois precisa de nomear dirigentes, sem recurso a coisa nenhuma, apenas à sua vontade, não está vinculado a nada, muito menos ao eleitorado. Socorre-se de um jovem reformado da função pública, - só está reformado há três anos! - o médico Manuel Guimarães da Rocha, e indigita-o para presidente do conselho de administração. Mas então o país já se não contenta com a ignomínia do trabalho infantil? Precisa ainda do trabalho senil? Mais do que isso, é legal, é legítimo, é ético, é deontologicamente correcto, é moral recrutar um reformado de 68 anos de idade, a precisar de sopas, descanso e dos programas de turismo senior do Inatel e forçá-lo a trabalhar de novo? Mesmo que o cargo lhe componha o orçamento familiar e lhe garanta mais uns cobres para que ofereça mais umas pastilhas elásticas aos netos? Parece, racionalmente, que não!
Perdão, peço desculpa, afinal parece racionalmente que sim! Se eu tivesse informação privilegiada fazia como o filho do Sousa Cintra: aproveitava para arrecadar uns milhões e depois oferecia um veículo todo o terreno de topo de gama aos bombeiros. Para ir à caça aos fins de semana. Sim, eu! O comandante, se quisesse, podia ir dar uma volta comigo. Mas tive-a apenas agora, quando nada me adianta! Este reformado começou por ser contestado por se alegar que a sua nomeação era política. De estranhar, porque é coisa rara entre nós. O que nos faz rir duplamente, a nomeação e a política. Mas afinal não há razão. O Dr Guimarães da Rocha foi forçado ao trabalho, depois de estar a gozar a sua merecida reforma, por razões meramente familiares e de amizade. É compadre da Dra Manuela Leite. Mas não sei se é ou não alentejano, o que também é indiferente!
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