Os incêndios de Verão e o número de mortos
Diz-se frequentamente que uma desgraça nunca vem só. Mas é mentira. Em Portugal a afirmação é contrariada convictamente pelo governo e pelos organismos oficiais que estão na sua dependência. Em causa, desta vez, e desde Agosto último, o eventual número de mortos causados pela invulgar vaga de calor que assolou a Europa. Os nossos parceiros comunitários divulgaram centenas de mortos, vítimas directas do calor e a OMS emitiu estimativas com a mesma ordem de grandeza.
O nosso ministro da saúde fez um balanço da situação no país, a 4 de Setembro passado: tinham morrido quatro pessoas. Portugal rejubilou, a classe médica viu crescer exponencialmente a procura dos seus serviços, a banca viu reforçados os depósitos feitos pelos médicos. O Zé Povinho, mais pragmático, retesou os músculos como o Popeye, deu dois os três pinotes, esqueceu por momentos metade dos seus problemas e limitou-se a pensar baixinho: essa estrangeirada toda junta não vale uma merda!
Tinha razão, como tem sempre, o nosso Zé Povinho. De facto aquela gente já nem sequer sucumbia a um certo ar que lhe dava. Pior do que isso, finava-se quase à mínima subida de temperatura como alfaces cultivadas em estufas com temperatura uniforme. Agora, como sempre tarde como também é hábito, vem o INE indicar números que se desviam ligeiramente do balanço do ministro, mesmo com a correcção que este teve o razoável senso de admitir em 4 de Outubro último. E adianta mais de dois mil mortos!
Pequena coisa, tanto mais que a desvios estamos nós habituados. Em tudo: no custo das obras públicas, nos prazos de execução, nos preços de supermercado e nos saldos de caixa. Mais um? Ninguém dá por ele e se der tranquiliza-se: está tudo a correr normalmente. A gente já nem estranha os desvios nos resultados eleitorais, mesmo que rapidamente nos possamos aperceber de que foram demasiado expressivos. Pelo menos para o nosso gosto!
O nosso ministro da saúde fez um balanço da situação no país, a 4 de Setembro passado: tinham morrido quatro pessoas. Portugal rejubilou, a classe médica viu crescer exponencialmente a procura dos seus serviços, a banca viu reforçados os depósitos feitos pelos médicos. O Zé Povinho, mais pragmático, retesou os músculos como o Popeye, deu dois os três pinotes, esqueceu por momentos metade dos seus problemas e limitou-se a pensar baixinho: essa estrangeirada toda junta não vale uma merda!
Tinha razão, como tem sempre, o nosso Zé Povinho. De facto aquela gente já nem sequer sucumbia a um certo ar que lhe dava. Pior do que isso, finava-se quase à mínima subida de temperatura como alfaces cultivadas em estufas com temperatura uniforme. Agora, como sempre tarde como também é hábito, vem o INE indicar números que se desviam ligeiramente do balanço do ministro, mesmo com a correcção que este teve o razoável senso de admitir em 4 de Outubro último. E adianta mais de dois mil mortos!
Pequena coisa, tanto mais que a desvios estamos nós habituados. Em tudo: no custo das obras públicas, nos prazos de execução, nos preços de supermercado e nos saldos de caixa. Mais um? Ninguém dá por ele e se der tranquiliza-se: está tudo a correr normalmente. A gente já nem estranha os desvios nos resultados eleitorais, mesmo que rapidamente nos possamos aperceber de que foram demasiado expressivos. Pelo menos para o nosso gosto!
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