Júlia Pinheiro e o seu homem do futuro

Esta mala de inscrições e pedidos de emprego, que era maior do que o saco de recibos de restaurantes e de bilhetes de transportes públicos que o Sr Carlos Cruz mandou o Dr Sá Fernandes levar ao tribunal, provocou de imediato grandes estragos. Com a ajuda de um ministro que fala como fala mas que na porrada dava sempre o primeiro passo em frente, - sem haver nenhum abismo mesmo ali! - aquilo acabou por ser um autêntico terramoto, muito mais devastador do que aquele que fez o Marquês de Pombal ao dar cabo dos Távoras. Nem a escala de Richter tinha tamanho que lhe servisse, como acontece com os calmeirões da NBA quando querem comprar sapatilhas na feira de Espinho. Daí a saírem ela e o Dr Rangel por uma porta das traseiras que ainda comunica com o Hotel Zurique, foi um passo. Da D Júlia não sabemos o que levou, mas consta que o Dr Rangel recebeu uns bons mesitos de subsídio, até porque tinha a mulher desempregada. Esta, mesmo tendo dispensado a mulher a dias - não o homem a dias, que aconselhamos a visitar! - e encarregando-se ela própria das lides da casa, não conseguia recuperar com o seu trabalho doméstico mais do que os cinquenta contos por mês que pagava à empregada. Uma miséria!

Readquiriu o seu estatuto de cromo público, assim um género de figura pública que toda a gente vê e que não quer porque já o tem colado na caderneta. Nessa qualidade deu uma entrevista à revista Lux, uma revista que nunca li, seguramente por javardice minha, que só folheio a TV mais e a Maria para aprender alguma coisa com o consultório sentimental. E disse ela mais ou menos isto: "o homem do futuro prefere fazer compras a fazer sexo, tem uma relação de proximidade com o espelho, pinta as unhas e não tem qualquer problema em frequentar um centro de estética."
A D. Júlia Pinheiro está a referir-se, é claro, ao seu futuro homem, que ninguém sabe se vai ser aquele que ela tem agora, se é que tem algum. Pelo que indica, é mesmo natural que ande já a treinar para se adaptar. O modelo é o de um homem tipo ex-deputado João Morgado que, não fosse o medo de engravidar, a poetisa Natália Correia teria posto de joelhos à conta de uns versos de pé quebrado, em plenos passos perdidos. Mas esse passou do prazo, agora nem já para fazer filhos! Que irá ao Continente comprar paninhos para a louça e sais para o banho de imersão. Não atingimos essa da relação com o espelho que até se pode quebrar e, já agora, para ver o quê? Pinta as unhas e frequenta centros de estética? Oh D. Júlia olhe que esse homem não é o do futuro, não é sequer o que o W. Bush um dia destes vai encomendar aos marcianos! Olhe que já andam por aí muitos que vão à manicura para pintar as unhas e que frequentam locais bem mais coisos do que centros de estética! A senhora anda distraída ou, com a expectativa do futuro, já não repara nos homens do presente!
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