16 de janeiro de 2004

A D. Cinha foi recauchutada

Cinha Jardim, marinheira de água doceJá lá vai o tempo em que as recauchutagens eram uma via para o enriquecimento. Actualmente nem o negócio de venda de pneus, ele próprio, é coisa que permita coleccionar notas, construir moradias e arranjar namoradas rapidamente. Tanto assim é que o presidente do Benfica, ainda antes de ser eleito, já tinha mudado para a construção civil onde, apesar da crise, as coisas correm melhor. Ao menos vê-se que os industriais da construção civil, como gostam de ser tratados, disfrutam de um certo desafogo. Veem-se a almoçar aos fins de semana, acompanhadas das mulheres e dos filhos, barulhentos, malcriados e cábulas, em restaurantes da beira da estrada, onde só têm lugar à mesa aqueles que se não negam e se aguentam a enfardar e a beber até às cinco da tarde. Do mesmo modo, não utilizam os transportes públicos e deslocam-se num clássico Mercedes, regra geral trazido em segunda ou terceira mão, de um qualquer país da União Europeia. Mesmo que seja no Porto onde é fino andar naquilo a que o major Loureiro convencionou chamar Metro, entre a Trindade e o Senhor de Matosinhos, bem perto de restaurantes regionais como são as marisqueiras.

Mas a indústria de recauchutagem parece querer animar-se e ganhar um novo fôlego. Para já, vão arranjando clientes, apesar dos preços de roubo que praticam. A D. Cinha, que toda a gente conhece de todo o lado, seja dos programas da bola ou do Big Brother, submeteu à operação, pelos vistos, parte do seu visual. Também era o que mais precisava porque, intelectualmente, está bem graças a Deus e não lhe falta currículo. Do convívio com um secretário de estado ficou-lhe o gosto pela frequência das exposições no casino e pela leitura semanal e imprescindível da Caras. As questões de protocolo, que lhe não eram de todo estranhas, têm sido melhoradas no convívio com um ministro. Até já emite opiniões políticas e, não tarda, é comentadora de uma televisão como o Dr Pacheco. Aprofundou os conhecimentos de inglês convivendo com um futebolista retirado que foi emigrante. O vocabulário da moda e o calão da juventude assimilou-o na tal casa. Quanto a bola, foi à televisão ensinar os Drs Pôncio e Dias Ferreira que não sabiam nada daquilo.

Um jornal independente, sério e nada popularucho, publica-lhe hoje as fotografias de antes e depois da recauchutagem, chamando-lhe simulação. Assinalou com legendas a que é antes e a que é depois. O que nem sequer era preciso. Claramente se vê que numa há pelo menos oitocentos contos a menos do que na outra!

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