O TGV e o aumento da riqueza nacional
Senhor primeiro ministro, V. Exa. por assim dizer,
Ainda bem que veio ao Porto para ver que a gente é malta porreira, dão-nos uma malga de caldo verde, uma caneca do verde de Barcelos e um bocado de broa de Avintes e ficamos todos sossegadinhos. Nem no estádio das Antas nos ouvem, mesmo na superior sul de boa memória. Desde que o FCP ganhe e o árbitro se comporte à maneira, senão a conversa é outra, que a gente não está aqui para encher o bandulho a ladrões!
Viu que ontem até lhe deram um par de sapatos, novinhos em folha, da sua medida, nem lhe hão-de magoar os joanetes. Novos, ninguém ainda os tinha usado, nem para um casamento que fosse, ou uma comunhão. Nunca a gente lhe ia oferecer um par de botas como V. Exa. por assim dizer ainda sugeriu. Não! A gente sabe todos que pares de botas não lhe faltam e que, tão bondoso, anda a mandar um a cada contribuinte conjuntamente com o cheque de reembolso do IRS. Só acontece que a medida não é a mesma e eu, que calço trinta e oito, vejo-me de chancas dentro de uma medida quarenta e três. O que vale é que as descalcei mais faciulmente do que o senhor, até aposto, e senão diga-me!
Ontem ouvi nas notícias que o tal de TGV já vai ser construído e que as obras começarão em 2006. É prudente, carago! Nessa altura jé devem estar acabadas as do Porto 2001, capital europeia da cultura porque, para já, acho que não arranjaria nem trolhas nem carpinteiros de tosco. Ainda estão todos contratados a prazo na Casa da Música, a trabalhar de dia e de noite, para acabar a tempo, que a gente faz questão. Há-de vir para a inauguração, de certeza, e logo vê. Mas ouvi que com o tal de TGV a riqueza ia crescer não sei quê por cento. Isso é que não acho bem, porque é sempre para o mesmo lado. É por isso que lhe escrevo, pelo futuro dos seus filhos, pela longa vida do Pintinho da Costa e pela carreira do FCP na liga dos campeões. Veja lá se arranja maneira de ser a minha pobreza a descer qualquer coisa, não sei quê por cento. É que a vida está cada vez mais difícil na escarpa dos Guindais, uma vergonha. E a gente nunca sabe quando adormece lá em cima e acorda cá em baixo, se não cair ao rio com o balanço.
Ainda bem que veio ao Porto para ver que a gente é malta porreira, dão-nos uma malga de caldo verde, uma caneca do verde de Barcelos e um bocado de broa de Avintes e ficamos todos sossegadinhos. Nem no estádio das Antas nos ouvem, mesmo na superior sul de boa memória. Desde que o FCP ganhe e o árbitro se comporte à maneira, senão a conversa é outra, que a gente não está aqui para encher o bandulho a ladrões!
Viu que ontem até lhe deram um par de sapatos, novinhos em folha, da sua medida, nem lhe hão-de magoar os joanetes. Novos, ninguém ainda os tinha usado, nem para um casamento que fosse, ou uma comunhão. Nunca a gente lhe ia oferecer um par de botas como V. Exa. por assim dizer ainda sugeriu. Não! A gente sabe todos que pares de botas não lhe faltam e que, tão bondoso, anda a mandar um a cada contribuinte conjuntamente com o cheque de reembolso do IRS. Só acontece que a medida não é a mesma e eu, que calço trinta e oito, vejo-me de chancas dentro de uma medida quarenta e três. O que vale é que as descalcei mais faciulmente do que o senhor, até aposto, e senão diga-me!
Ontem ouvi nas notícias que o tal de TGV já vai ser construído e que as obras começarão em 2006. É prudente, carago! Nessa altura jé devem estar acabadas as do Porto 2001, capital europeia da cultura porque, para já, acho que não arranjaria nem trolhas nem carpinteiros de tosco. Ainda estão todos contratados a prazo na Casa da Música, a trabalhar de dia e de noite, para acabar a tempo, que a gente faz questão. Há-de vir para a inauguração, de certeza, e logo vê. Mas ouvi que com o tal de TGV a riqueza ia crescer não sei quê por cento. Isso é que não acho bem, porque é sempre para o mesmo lado. É por isso que lhe escrevo, pelo futuro dos seus filhos, pela longa vida do Pintinho da Costa e pela carreira do FCP na liga dos campeões. Veja lá se arranja maneira de ser a minha pobreza a descer qualquer coisa, não sei quê por cento. É que a vida está cada vez mais difícil na escarpa dos Guindais, uma vergonha. E a gente nunca sabe quando adormece lá em cima e acorda cá em baixo, se não cair ao rio com o balanço.
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