O Zé Castelo Branco tem que ir à bruxa
Pessoalmente nutrimos pelo Zé Castelo Branco a mesma simpatia que nutríamos pela tia Emília, já falecida, que nunca ia a nossa casa sem nos levar caramelos espanhóis, comprados na feira da Vândoma. Vinham sempre com o papel amarrotado, deformados pelo calor do Verão, escondidos no mais inacessível canto da carteira mas, invariavelmente, conservavam intacta a gulodice do doce.
O Zé Castelo Branco é uma pessoa tão conhecida como a Lili Caneças, mas menos louro. E com mais dinheiro porque ela sobrevive hoje do rendimento mínimo porque, com a idade que tem, não pode requerer a reforma. Não é um vadio, um galdério que passa o dia a coçar o cu das calças pelas paredes do Intendente, a sacar às raparigas do ataque a magreza do apuro e a espetar agulhas de seringas nas veias para ganhar ânimo.
Frequenta locais chiques como os transportes públicos de Lisboa, - por recomendação do Santana Lopes - veste-se sempre com roupas de marca, das cuecas ao sobretudo, mora em casas com porta para a rua e número de polícia pregado por cima, faz-se acompanhar da esposa que, com educação, leva pelo braço. Tem até uma profissão que não é nada de realizar eventos no Forte de São Julião, como a Cinha Jardim. É marchand de arte! O nosso dicionário, que é escolar e antigo, não está preparado para estas palavras difíceis e nós também não. O máximo que encontrámos foi "marchante" a referir-se ao que negoceia em gado para os açougues, mas não acreditamos que seja isso o que ele faz. Ou, pelo menos, o gado com que trabalha não o encaminhará para o açougue.
Vejam lá que desta vez o mordomo até lhe bateu. Atirou-lhe com o ferro de engomar à cara, embora se não note. Quando apenas se pretendia que lhe passasse as rugas a ferro, depois do sono. E arremessou-lhe às pernas a tábua de engomar, em vez de lha pôr a jeito para ele se escarranchar nela e espreguiçar-se. Tendo-o feito aos gritos, embora não lhe faltando ao respeito e assegurando-lhe sempre o tratamento contratado de doutor. O Zé, felizmente, conteve-se. Ele tem uma reputação a defender e se replicasse no dia seguinte os jornais estariam cheios com a notícia por não haver nada mais importante. Assim não! Os jornais estão cheios mas é da notícia do mordomo.
Mas ó marchante doutor Zé, aquilo também não era um mordomo. Um gajo que acompanha um técnico da TV Cabo à casa de banho, lhe leva uma toalha e se prontifica a limpar-lhe as costas e depois, ao segundo dia, o leva até ao quarto para falar com ele sobre os canais da Play Boy e do Hot Sex, não é um mordomo. E a nós não nos soa bem aquela de ter falado numa amiga italiana a quem tinha dito que o técnico tinha um grande coiso. Que coiso ó Zé?
O Zé Castelo Branco é uma pessoa tão conhecida como a Lili Caneças, mas menos louro. E com mais dinheiro porque ela sobrevive hoje do rendimento mínimo porque, com a idade que tem, não pode requerer a reforma. Não é um vadio, um galdério que passa o dia a coçar o cu das calças pelas paredes do Intendente, a sacar às raparigas do ataque a magreza do apuro e a espetar agulhas de seringas nas veias para ganhar ânimo.
Frequenta locais chiques como os transportes públicos de Lisboa, - por recomendação do Santana Lopes - veste-se sempre com roupas de marca, das cuecas ao sobretudo, mora em casas com porta para a rua e número de polícia pregado por cima, faz-se acompanhar da esposa que, com educação, leva pelo braço. Tem até uma profissão que não é nada de realizar eventos no Forte de São Julião, como a Cinha Jardim. É marchand de arte! O nosso dicionário, que é escolar e antigo, não está preparado para estas palavras difíceis e nós também não. O máximo que encontrámos foi "marchante" a referir-se ao que negoceia em gado para os açougues, mas não acreditamos que seja isso o que ele faz. Ou, pelo menos, o gado com que trabalha não o encaminhará para o açougue.
Vejam lá que desta vez o mordomo até lhe bateu. Atirou-lhe com o ferro de engomar à cara, embora se não note. Quando apenas se pretendia que lhe passasse as rugas a ferro, depois do sono. E arremessou-lhe às pernas a tábua de engomar, em vez de lha pôr a jeito para ele se escarranchar nela e espreguiçar-se. Tendo-o feito aos gritos, embora não lhe faltando ao respeito e assegurando-lhe sempre o tratamento contratado de doutor. O Zé, felizmente, conteve-se. Ele tem uma reputação a defender e se replicasse no dia seguinte os jornais estariam cheios com a notícia por não haver nada mais importante. Assim não! Os jornais estão cheios mas é da notícia do mordomo.
Mas ó marchante doutor Zé, aquilo também não era um mordomo. Um gajo que acompanha um técnico da TV Cabo à casa de banho, lhe leva uma toalha e se prontifica a limpar-lhe as costas e depois, ao segundo dia, o leva até ao quarto para falar com ele sobre os canais da Play Boy e do Hot Sex, não é um mordomo. E a nós não nos soa bem aquela de ter falado numa amiga italiana a quem tinha dito que o técnico tinha um grande coiso. Que coiso ó Zé?
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