1 de março de 2004

Avelino Ferreira Torres em campanha eleitoral

Avelino Ferreira Torres é, para quem não saiba, ainda o presidente da Câmara do Marco de Canavezes. Cargo que exerce à maneira antiga: ocupa o poder há trezentos anos, privilegia naturalmente a competência dos familiares e dos amigos, usa e abusa do que lhe não pertence, em proveito próprio e vai-se sistematicamente marimbando na série de processos em que é arguido. Só lhe falta apresentar-se no Ministério das Finanças numa segunda-feira de manhã, de pasta na mão, à cobrança daquilo que a Dra Manuela Leite lhe deve e não paga. Como já anteriormente fez um seu colega democrata das ilhas onde, há muitos anos e para mal dos nossos pecados, esbarrou um aprendiz de marinheiro que dava pelo nome de Gonçalves Zarco.

Este homem polivalente, de múltiplas e surpreendentes capacidades, anunciou já que será candidato à Câmara de Amarante nas próximas eleições autárquicas. Mas, por enquanto, mantém-se no seu posto, a menos que algum mandado de detenção seja emitido em seu nome. No seu concelho ele manda ou quer mandar em tudo. Quando o não faz em seu próprio nome fá-lo por intermédio de interposta pessoa. Como o major Valentim Loureiro que, ao jantar, pede contas ao filho João sobre o que fez no Boavista.

Ferreira Torres, deste jeito, também manda na equipa de futebol do Marco de Canavezes, que disputa a divisão de honra e que ontem defrontou, em casa, o Santa Clara, dos Açores. Aproveitando a razoável afluência de munícipes, aproveitou para iniciar o seu período de pré-campanha eleitoral e pata ser o grande protagonista do jogo. À boa maneira portuguesa, muito polida e politicamente, discordou de uma decisão do árbitro. Começou, de longe, por lhe insultar a mãe, o pai, a mulher e os filhos. Sempre de ciganos para cima. Não satisfeito, dirigiu-se ao banco de suplentes e reclamou directamente com o juiz. Como este o ignorasse, talvez por não saber quem era sua excelência, exaltou-se ainda mais e pontapeou material de apoio ao quarto árbitro e até talvez mesmo o próprio árbitro. Terminado o encontro, entrou dentro do terreno de jogo para enfrentar o homem do apito.

Depois recordou-se que era domingo, que tinha ido à missa de manhã e que tinha comungado, contou silenciosamente até dez - o que demorou um bocado porque não sabe contar lá muito bem! - e virou apaziguador. Protegeu o árbitro das suas próprias investidas e das do público e conduziu-o, de mão no ombro, até aos balneários. A notícia não refere é se lhe deu banho ou não!

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