O Dr Madail também tem o direito de se indignar
Na última quarta-feira as atenções do país concentraram-se no novo estádio do Dragão, no Porto, onde se disputava o encontro de futebol entre Futebol Clube do Porto e o Manchester United. Como habitualmente os políticos apinharam-se, pondo-se em bicos de pés e esticando perigosamente os pescoços como se fossem girafas, na expectativa de que alguém conhecido lhes acenasse com o rectângulo mágico de um convite para a entrada.
O Dr Madail, apesar de ser o presidente da nossa cinzenta Federação Portuguesa de Futebol, não mereceu a honra de ser considerado face visível do sistema pelo Dr Dias da Cunha. Tem um ordenado elevado, viaja em classe executiva, frequenta hotéis de cinco estrelas mas, quanto ao sistema, estamos conversados. É um peão, e mesmo este não é de rei ou de rainha.
À sua chegada ao estádio o Dr Madail vinha exausto e furioso, espumando. Tinha demorado quarenta minutos a chegar. Ele, que segundo confessou, beneficia de alguns privilégios, entre eles o de dispor de estacionamento no interior do recinto. Não se admitia uma tal falha porque, disse, entidades estrangeiras, como câmaras ocultas, registavam detalhadamente tudo o que se passava.
Desde o Dr Mário Soares que assiste a todos os portugueses, democraticamente, aquilo a que ele chamou o direito à indignação. Deve ter sido o máximo que teve a filantropia de compartilhar connosco e com o Dr Madail, obviamente, também. Para além disso quem é o Dr Madail? Um político que fez escola nas bancadas de S. Bento, e isso chega para que se desconfie dele e não se dê grande importância àquilo que diz. Quanto ao resto, levante-se cedo, saia a tempo e horas, porte-se como se fosse um portuense vulgar. É uma honra que a cidade lhe confere, mesmo temporária. Ou então reclame mais privilégios, adquira um helicóptero, contrate um piloto, faça por ser mais uma face do sistema. À atenção do Dr Dias da Cunha e da próxima entrevista que este der ao Sr José Vilhena.
Ridícula, por espantosamente imbecil, a desculpa adiantada pelo Dr Rui Rio. Como político profissional limitou-se a sacudir a água do capote: culpou a PSP. Deve ter sido por esta corporação, transida pela paranóia da bomba e do atentado, ter encerrado ao trânsito metade da cidade. Quanto às bombas, só houve as do sul-africano McCarthy e as de cheiro que sobraram dos corsos de terça-feira de Entrudo.
O Dr Madail, apesar de ser o presidente da nossa cinzenta Federação Portuguesa de Futebol, não mereceu a honra de ser considerado face visível do sistema pelo Dr Dias da Cunha. Tem um ordenado elevado, viaja em classe executiva, frequenta hotéis de cinco estrelas mas, quanto ao sistema, estamos conversados. É um peão, e mesmo este não é de rei ou de rainha.
À sua chegada ao estádio o Dr Madail vinha exausto e furioso, espumando. Tinha demorado quarenta minutos a chegar. Ele, que segundo confessou, beneficia de alguns privilégios, entre eles o de dispor de estacionamento no interior do recinto. Não se admitia uma tal falha porque, disse, entidades estrangeiras, como câmaras ocultas, registavam detalhadamente tudo o que se passava.
Desde o Dr Mário Soares que assiste a todos os portugueses, democraticamente, aquilo a que ele chamou o direito à indignação. Deve ter sido o máximo que teve a filantropia de compartilhar connosco e com o Dr Madail, obviamente, também. Para além disso quem é o Dr Madail? Um político que fez escola nas bancadas de S. Bento, e isso chega para que se desconfie dele e não se dê grande importância àquilo que diz. Quanto ao resto, levante-se cedo, saia a tempo e horas, porte-se como se fosse um portuense vulgar. É uma honra que a cidade lhe confere, mesmo temporária. Ou então reclame mais privilégios, adquira um helicóptero, contrate um piloto, faça por ser mais uma face do sistema. À atenção do Dr Dias da Cunha e da próxima entrevista que este der ao Sr José Vilhena.
Ridícula, por espantosamente imbecil, a desculpa adiantada pelo Dr Rui Rio. Como político profissional limitou-se a sacudir a água do capote: culpou a PSP. Deve ter sido por esta corporação, transida pela paranóia da bomba e do atentado, ter encerrado ao trânsito metade da cidade. Quanto às bombas, só houve as do sul-africano McCarthy e as de cheiro que sobraram dos corsos de terça-feira de Entrudo.
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