Os casos de vigarice exemplar
Artur Albarran nunca foi um profissional que superasse o domínio sofrível da mediania. Mas, como aos jogadores de futebol, aos árbitros e aos administradores hospitalares, pagaram-lhe ordenados que nunca pensou ganhar e que, inevitavelmente, nunca seria capaz de retribuir com trabalho. Julgou-se imprescindível, subiu a centro do mundo e foi um passo até se sentir Deus. Sendo assim, o universo não poderia prescindir dele e, como corolário, enriqueceria. Muito! Mais do que o aprisionado ditador Saddam Hussein e do que o chorado democrata Mobutu juntos. Mais até do que o Bill Gates, que é assim um gajo que trata o mundo como a Portugal Telecom trata os portugueses: abaixo de cão.
Albarran meteu-se nos negócios, associou-se e magnatas que andaram pela política, dormiu com gajas novas, de olhos claros e pintados de negro por cima da ramela. Casou-se, teve filhos, deu cargas de porrada na mulher e negou tudo. Não seria problema não ter formação especial, a maioria dos empresários portugueses da construção civil começou como trolhas até subir a carpinteiro de limpos. Tinha uma indispensável qualidade: não defendia princípios e não se vergava a nenhum remorso. Valia tudo, como de resto no país.
As coisas começaram a dar para o torto. Os fornecedores começaram a reclamar-lhe os créditos e, como se sabe, entre vigaristas o acerto de contas é directo, com navalha de ponta e ponta ou por interpostos jagunços contratados à tarefa, que usam pistola. Sem o conseguirem encontrar começaram a servir-se directamente, das caixas registadoras e das prateleiras. Os empregados estranharam, um patrão que usava gravatas de seda, com lencinho saído no bolso do casaco. Tinham contratos também vigarizados, a prazo, como manda o Dr Bagão e exigem as associações de empresários, para aumentar a produtividade. E o país ser, como diariamente reza, com fervor, o Dr Barroso, um dos mais desenvolvidos da Europa, como prometeu.
Agora o empresário Albarran está à beira da falência e até já fechou o seu supermercado. Não pagará a ninguém e não irá preso. Não será mais um sem abrigo. Não faria sentido ir a meio da noite distribuir uma sopa quente a um indigente, usando gravata de seda e casaco do melhor corte. Histórias de vigaristas de sucesso. À consideração das revistas do coração!
Albarran meteu-se nos negócios, associou-se e magnatas que andaram pela política, dormiu com gajas novas, de olhos claros e pintados de negro por cima da ramela. Casou-se, teve filhos, deu cargas de porrada na mulher e negou tudo. Não seria problema não ter formação especial, a maioria dos empresários portugueses da construção civil começou como trolhas até subir a carpinteiro de limpos. Tinha uma indispensável qualidade: não defendia princípios e não se vergava a nenhum remorso. Valia tudo, como de resto no país.
As coisas começaram a dar para o torto. Os fornecedores começaram a reclamar-lhe os créditos e, como se sabe, entre vigaristas o acerto de contas é directo, com navalha de ponta e ponta ou por interpostos jagunços contratados à tarefa, que usam pistola. Sem o conseguirem encontrar começaram a servir-se directamente, das caixas registadoras e das prateleiras. Os empregados estranharam, um patrão que usava gravatas de seda, com lencinho saído no bolso do casaco. Tinham contratos também vigarizados, a prazo, como manda o Dr Bagão e exigem as associações de empresários, para aumentar a produtividade. E o país ser, como diariamente reza, com fervor, o Dr Barroso, um dos mais desenvolvidos da Europa, como prometeu.
Agora o empresário Albarran está à beira da falência e até já fechou o seu supermercado. Não pagará a ninguém e não irá preso. Não será mais um sem abrigo. Não faria sentido ir a meio da noite distribuir uma sopa quente a um indigente, usando gravata de seda e casaco do melhor corte. Histórias de vigaristas de sucesso. À consideração das revistas do coração!
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