21 de setembro de 2004

Arnaldo Matos à reciclagem

Esta noite, enquanto o Outono amenamente chegava, o ministério da educação entregava-se com afinco e convicção à assolapada paixão que lhe incutiu o engenheiro Guterres. Chafurdando nos tumultuosos e mal cheirosos efluentes que, a coberto da noite e da escuridão, os chiqueiros do oeste lançam em tudo o que é curso de água e onde, em consequência da poluição, fenece o viço do agrião e de outra vegetação aquática.

Parece que pelas três da madrugada, durante quarenta minutos, - pouco mais do que o tempo necessário para que o Sporting perca um desafio no seu estádio - o ministério afixou hipotéticas listas relativas à colocação dos professores. Por esta hora, ao que parece, o ministério exibe no seu "site" na internet a única mensagem em que alguém, sensatamente, pode acreditar: indisponível. Retira-se o "temporariamente" que, pela ambiguidade, não faz sentido e não tem nenhum conteúdo. Ignora-se o pedido de desculpas pelo incómodo porque nem resolve o problema nem coloca os professores.

Fala o ministério num problema imprevisto que terá surgido à última hora. Sendo certo que a única coisa que o ministério nos pode garantir é que não ocorrem, nunca, nenhuns imprevistos. Há meses que por aquelas bandas tudo é perfeitamente previsível. Ninguém arrisca a sensatez porque o disparate, a incúria e a incompetência são dinheiro em caixa. Que, ao menos, o ex-ministro David Justino possa ajustar o seu orçamento doméstico à dimensão da sua pensão e a vá completando com os magros rendimentos de deputado da nação. Merece que o país lhe reconheça e retribua o patriotismo. Entretanto chame-se à reciclagem o camarada Arnaldo Matos, o grande educador da classe operária. Globalizem-se-lhe as competências. Entregue-se à falência a ministra e o ministério. A taxa de analfabetismo, descansem, não crescerá!

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