25 de setembro de 2004

Tiro e queda


ALUGA-SE


Moradia nobre, do século XVIII, à Rua de 31 de Janeiro, também reaccionariamente conhecida por Rua de Santo António, com três pisos e quintal, dispondo de energia eléctrica, água e gás da rede. Dispõe de sala de estar, sala de jantar, três quartos, cozinha e casa de banho com retrete e água corrente. Arrumos e quarto para a criada no sótão, tendo este lavatório e jarro de água em esmalte de primeira da fábrica Mário Navega e ainda retrete em anexos no quintal. Caixilharia em madeiras importadas do Brasil, artisticamente carcomida pelo bicho e manualmente decorada a fogo pelas beatas de um reconhecido grupo de artistas populares diplomados na escola da Viela do Anjo, ao bairro da Sé. Original sistema de arejamento em que a admissão de ar novo se processa directamente pelas janelas que, com esse objectivo, simulam na perfeição terem outrora tido vidros.

Quintal com espaço para jardim e horta, com duas japoneiras, três nespereiras e seis pés de couve galega em pleno ciclo produtivo. O espaço reservado a horta garante o abastecimento de um família média de cinco pessoas e respectiva criadagem e a produção de batatas e cebolas para consumo até ao fim da primavera seguinte. Facilidades de rega com duas torneiras ligadas à rede e poço com balde e sarilho.

Vista panorâmica para a Rua da Madeira, a estação de comboios de S. Bento e o túnel de D. Carlos I, el-rei nosso senhor de boa memória tão tragicamente assassinado no Terreiro do Paço por sulistas elitistas e republicanos. Zona higienicamente liberta de ratos, gatas com cio e cães vadios. Área residencial de elite, com vizinhança seleccionada, sem casas de passe, putas de rua e chulos tísicos fumando charros encostados às esquinas.

Renda a combinar, exigindo-se referências, garantias e fiadores idóneos com rendimento mensal mínimo idêntico aos administradores reformados da Caixa Geral de Depósitos. Não se aceitam intermediários, agências imobiliárias, dirigentes de clubes de futebol ou presidentes de câmara cujo soldo não permita suportar uma renda que conforte o senhorio e contribua decisivamente para o equilíbrio do orçamento do estado.

A moradia foi inteiramente reconstruída no âmbito da nova lei do arrendamento e as obras realizadas em tempo recorde, sem atrasos e sem derrapagens financeiras, sob a gestão de um reconhecido e experiente ex-presidente do conselho de administração da Casa da Música.

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