21 de outubro de 2004

Retalhos

A investigação erudita do caso da cabala continua a ocupar o distinto académico Eduardo Prado Coelho, independente no cinzento das barbas e na sinuosidade do raciocínio. Entretanto, sem bolsa da Fundação Gulbenkian, os trabalhos prometem prolongar-se e a apresentação dos resultados ser protelada no tempo como as conclusões dos inquéritos que a Assembleia da República expeditamente nomeia e frequentemente promove.

Entretanto, inquirido sobre o assunto, Francisco Pinto Balsemão considera-o uma fantasia e não adianta mais detalhes. Ficam os estudiosos suspensos da ambiguidade da afirmação, não sabendo se a referência seria a fantasia de carnaval, fantasia sexual ou mesmo qualquer outra. A dúvida prejudica, para já, o comportamento de Júlia Pinheiro e o superior desempenho do jumento. Como se isso não bastasse José Eduardo Moniz declara à comunicação social não comentar inutilidades e disparates o que fez imediatamente cair a cotação das acções em bolsa e aumentar a ameaça de qualquer oferta pública de aquisição, de natureza hostil.

No seu gabinete, rodeado de assessores e secretárias, o presidente da PT ouve cassetes de áudio, folheia enciclopédias e percorre uma a uma todas as citações a que o horroroso serviço ADSL do grupo lhe permite chegar, de forma a documentar-se para amanhã ser recebido no Largo do Rato. O seu objectivo é justificar a nomeação de Luís Delgado com três citações de Séneca e dois versículos da Bíblia.

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