A vocação terrestre dos catamarans

Na margem os pontões não balançam: saltam frenéticos, impossibilitam a atracação. Os passageiros munem-se de terços, invocam a Senhora de Fátima, rezam o Padre Nossa, olham o Terreiro do Paço suplicando pela melhoria do tempo e o abrandamento dos ventos. A empresa concessionária decide-se por nova imobilização dos barcos, culpa S. Pedro que não devia ter birras, desculpa-se com o rio que corre para o mar, afirma que estão velhos e são inadequados os pontões a que se atraca. E salienta que é baixa a remuneração dos administradores e elevada a taxa do IRC que o governo prometeu baixar.
Os barcos fazem um vistaço e ficam a matar na fotografia. Pena é que sejam forçados a navegar à superfície de águas revoltas de um rio que corre ao contrário, com pressa de chegar. Dar-se-iam de certeza muito melhor em superfícies planas e macias, enxutas e sem ondas. Poderá previdentemente a empresa pensar nisso?
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