Tudo está bem quando acaba mal
Tudo está bem quando acaba mal. O país está igual a si próprio e não nos surpreende. Eça de Queirós, que foi fraco de corpo e débil de saúde, pode continuar no seu descansado sono dos justos. Com uma lápide de mármore pesando alguns trezentos quilos a imobilizar o que ainda lhe resta do esqueleto. Que da lucidez das ideias e da certeza da crítica ainda resta felizmente tudo. Cada coisa é a um tempo e em obediência aos princípios da escola do ministro não sei quê da silva, aquilo que é e o seu contrário. A uma notícia de última hora contrapõe-se sempre uma outra notícia de mais última hora do que a anterior.
A novela da liberdade de imprensa prossegue. Com os actores e serem chamados ao palco para os encores. Deprimente é que esses actores se comportem como se o público não fosse mais do que um bando de carneiros, locomovendo-se em quatro patas, sem vontade, sem ideias e sem sabedoria. Como era de prever o professor Marcelo foi ontem, com o trabalho de casa feito, prestar declarações. De uma ponta à outra contradisse o que antes, no mesmo local, dissera o patrão da TVI. Linearmente salientou que o mesmo dissera mentiras e faltara à verdade.
Na mesma noite regressou o patrão para dizer que não compreendia as palavras do professor e que dos mais de quinze anos que leva disto sabe muito bem que é sagrada a independência de jornalistas e comentadores e que nunca se fala sobre as ideias que exprimem. Alguém, mesmo o espírito de António Maria Lisboa ou o que resta do físico de Mário Cesariny de Vasconcelos, pode acreditar nisto? Por mais surrealista que seja a encenação e desajeitado o desempenho dos actores?
Se assim é podemos avançar para vermos os operadores de caixa do Continente a agruparem-se à porta da loja, nos seus tempos livres, a vender batatas da Póvoa, nabos de Gondomar e cebolas de Rio Maior. Supormos que o presidente do Benfica contratou José Veiga para dirigir o futebol profissional do clube pelo seu benfiquismo e para que contribuísse para a vitória do Porto na superliga. E ainda que Pais do Amaral paga a José Eduardo Moniz, como pagava a Marcelo Rebelo de Sousa, para que defendessem os interesses da concorrência, revelassem comportamentos comprometedores de familiares seus e se empenhem em dizer mal de si. Ou, finalmente, que o primeiro-ministro contrata assessores para cuidar da imagem de José Sócrates e levar a oposição ao poder e à maioria absoluta.
A novela da liberdade de imprensa prossegue. Com os actores e serem chamados ao palco para os encores. Deprimente é que esses actores se comportem como se o público não fosse mais do que um bando de carneiros, locomovendo-se em quatro patas, sem vontade, sem ideias e sem sabedoria. Como era de prever o professor Marcelo foi ontem, com o trabalho de casa feito, prestar declarações. De uma ponta à outra contradisse o que antes, no mesmo local, dissera o patrão da TVI. Linearmente salientou que o mesmo dissera mentiras e faltara à verdade.
Na mesma noite regressou o patrão para dizer que não compreendia as palavras do professor e que dos mais de quinze anos que leva disto sabe muito bem que é sagrada a independência de jornalistas e comentadores e que nunca se fala sobre as ideias que exprimem. Alguém, mesmo o espírito de António Maria Lisboa ou o que resta do físico de Mário Cesariny de Vasconcelos, pode acreditar nisto? Por mais surrealista que seja a encenação e desajeitado o desempenho dos actores?
Se assim é podemos avançar para vermos os operadores de caixa do Continente a agruparem-se à porta da loja, nos seus tempos livres, a vender batatas da Póvoa, nabos de Gondomar e cebolas de Rio Maior. Supormos que o presidente do Benfica contratou José Veiga para dirigir o futebol profissional do clube pelo seu benfiquismo e para que contribuísse para a vitória do Porto na superliga. E ainda que Pais do Amaral paga a José Eduardo Moniz, como pagava a Marcelo Rebelo de Sousa, para que defendessem os interesses da concorrência, revelassem comportamentos comprometedores de familiares seus e se empenhem em dizer mal de si. Ou, finalmente, que o primeiro-ministro contrata assessores para cuidar da imagem de José Sócrates e levar a oposição ao poder e à maioria absoluta.
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