O país das efemérides
Doentiamente o país assinala todas as efemérides, festeja aniversários e casamentos, apaga velas, abre champanhe da Bairrada, canta os parabéns, bate as palmas. No Porto quase que apenas falta a malta confluir para a Praça Nova, aos pinotes, com os vendedores de cerveja arrefecida no balde a postos, vitoriando el-rei D. Sebastião e aguardando prazenteiramente pelo seu regresso triunfal. Apenas as velhas e desencantadas carpideiras continuam a desembarcar na estação do metro do Campo 24 de Agosto, a encher o sítio de Mijavelhas, recordando o passado e enchendo de dor e de saudade o local de peregrinação.
Um qualquer governo que tem ministros, secretários de estado e assessores completa hoje 100 dias, mais tempo do que um vulgar namoro de adolescentes e do que o necessário para que um frango de aviário, alimentado a ração e proibido de dormir, seja posto à venda nos talhos convencionais ou nas grandes superfícies. E que quase parece tanto tempo como aquele há que, obsessivamente, o ministro das finanças aguarda que o Benfica ganhe o campeonato. Com ou sem ajuda do sistema, com ou sem ajuda do árbitro Olegário Benquerença.
Um qualquer governo que tem ministros, secretários de estado e assessores completa hoje 100 dias, mais tempo do que um vulgar namoro de adolescentes e do que o necessário para que um frango de aviário, alimentado a ração e proibido de dormir, seja posto à venda nos talhos convencionais ou nas grandes superfícies. E que quase parece tanto tempo como aquele há que, obsessivamente, o ministro das finanças aguarda que o Benfica ganhe o campeonato. Com ou sem ajuda do sistema, com ou sem ajuda do árbitro Olegário Benquerença.
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