28 de dezembro de 2004

Patriótico

Parabéns senhor ministro da Segurança Social, da Família e da Criança. Acaba V. Exa. por descer do seu elevado pedestal de ministro, assumindo a dimensão rasteira do português comum. Que sempre que não tem possibilidades para cumprir os compromissos assumidos se limita a protelá-los. Sem discussão e de forma unilateral. Assim têm feito os clubes desportivos em relação às dívidas incobráveis que têm - ironia das ironias - para com o ministério que o seu colega Bagão Felix superiormente dirige, da mesma forma rasteira e cheia de truques. Ou de forma exemplar como diria um conhecido major na reserva e segundo os métodos prescritos nas secretarias dos clubes das ligas profissionais. Decidindo sempre, para que não fiquem dúvidas, em prejuízo da parte mais necessitada. Para além de ser tecnicamente inovadora - engenharia de ponta, criatividade surrealista de Dali! - V. Exa. fecha a tampa da sanita sem puxar o autoclismo. Por cima dos doentes e dos desempregados que estão dependentes dos efeitos das mezinhas e dos anúncios de emprego. Ah! E dos substanciais subsídios de subsistência que o Estado que V. Exa. representa há-de pagar. Como sempre, tarde e mal. Se Deus quiser!

Numa passagem meteórica pelo governo acaba V. Exa. por garantir a entrada directa na história do país e a figuração na próxima edição da Diciopédia, com fotografia a cores e divulgação do inevitável currículo oficial. Na terra, descanse, hão-de recebê-lo com foguetes, dar-lhe o nome a uma rotunda e baptizar com ele um arruamento novo depois da aprovação por aclamação da comissão de toponímia ou da própria assembleia municipal. Nunca a freguesia esquecerá o tanto que a projectou para além dos caseiros limites do concelho. Mesmo os que agora ficam - patrioticamente, como dizia o outro! - à espera do subsídio hão-de esquecê-lo depressa e aplaudi-lo quando lá se deslocar para a romaria do Verão que vem.

Saiba V. Exa. que não sei de que freguesia é natural e que, minimamente, me não dei nem darei ao cuidado de o investigar. Não é coisa que me interesse nem com que suspeite vir a divertir-me seja o que for. Mas francamente alimento fortes expectativas quanto aos públicos reconhecimentos de que, muito honestamente, virá vossa senhoria a ser alvo!

P.S. (post scriptum, não haja confusões!) - Durante o dia esmerou-se o presidente da distrital do PSD do Porto, transitoriamente investido nas funções de ajudante de V. Exa., em desmistificar a questão e propalar a vocação social dele, do senhor ministro e do governo em geral (incluindo, cremos, a Defesa e os Assuntos Marinhos). Naturalmente desmentindo a notícia. Sugerimos que todos os jornalistas sejam sujeitos a rigorosos testes de visão e audição antes de serem autorizados a abraçar a profissão. Até porque nem todos, coitados, podem carregar as vastas qualidades do Sr. Luís Delgado e ser como ele: a excelência personificada. Por nós, olhe, o post fica para quando isto for outra vez verdade. Como não deve demorar muito...

1 Comentários:

Às 11:34 da tarde , Blogger mfc disse...

Mais um nojozinho de Boas Festas deste governo, felizmente em últimas exibições.

 

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