17 de fevereiro de 2005

Desemprego

O Instituto Nacional de Estatística divulgou ontem a taxa de desemprego relativa ao último trimestre de 2004, que foi a mais alta desde 1998, cifrando-se em 7,1 % e em cerca de 390 mil pessoas sem emprego. Não me interessa, de momento, estar a vasculhar persistentemente números e gráficos e a tentar interpretá-los de forma racional. Faz de conta que os gráficos são do tipo daqueles que o senhor Lopes levou ao debate da RTP: para ver de longe.

Quero apenas registar a explicação que para aquela taxa logo, sapiente, deixou escapar o mesmo senhor Lopes. A Assembleia da República fora dissolvida e os empresários tinham reduzido o fluxo do investimento. Mas então a Assembleia não foi dissolvida já este ano? Ou ter-se-á enganado o senhor Lopes porque de facto deveria ter atribuído as culpas à descolonização, ao 25 de Abril, à fatídica queda da cadeira do Dr. Salazar ou até mesmo às invasões francesas? Haja quem diga que o nosso demissionário primeiro é trapalhão, noctívago, errático, eu sei lá. Mas tem sentido de humor o homem, caraças. Ou então julga-nos todos como se fossemos asnos pegados.

Pelo seu lado, o engenheiro-candidato classificou aquela taxa de trágica, o que sobremaneira me atemoriza. Doravante terei mais horror a 7,1 % do que ao aziago número 13. Recuso-me a pagar 7,10 euros seja onde for e seja pelo que for, rejeito aumentos salariais naquela percentagem e deixo seguir para relaxe o IRS que me for liquidado àquela taxa. E aconselho todos os partidos políticos a dissolverem-se de imediato se, por trágica coincidência, obtiverem 7,1 % dos votos nas eleições do próximo domingo. Digam lá que não gostariam que alguns deles os tivessem e seguissem o conselho?

2 Comentários:

Às 11:30 da tarde , Anonymous Anónimo disse...

Na realidade, muito complicado!
Luis Villas.

 
Às 3:34 da manhã , Blogger mfc disse...

A culpa deve ser do D. Afonso Henriques!

 

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