Menos encanto
Fui a Coimbra com um propósito antigo e sempre adiado: visitar o Jardim Botânico. Para além do gosto pessoal, poderia admirar espécies únicas e exercitar a minha curta habilidade para a fotografia. E o meu desejo foi induzido pelo prestígio de que a instituição disfruta e, ainda, pelo conteúdo do sítio de que a mesma dispõe na internet.
Ao mesmo tempo poderia rever alguma coisa da cidade, que não visito com frequência e que, de facto, não conheço como gostaria.
Mas esqueci-me que Coimbra, como o Porto, é uma cidade portuguesa. Gerida pelo mesmo tipo de políticos com que a fatalidade nos presenteou e que ajudaram a que desembocassemos na crise que não entendem. A cidade, como o país, está velha e decrépita. Esboroa-se em ruínas, cresce em entulho, à míngua de cuidados e manutenção. Definha! E, com ela, o Jardim Botânico, onde Brotero, mesmo de pedra, se contorce enquanto D. Afonso Henriques volteia no túmulo.
A maior parte do jardim está vedada ao público, com lentas obras em curso ou à espera delas. O abandono é notório e o desleixo sem qualificativos. Parece ter sido deixado à sua sorte, à espera do euromilhões e de verbas com que os orçamentos da cidade e do país se não preocupam. Prioritárias são as mordomias, as ajudas de custo e os automóveis topo de gama que devoram os quilómetros das auto-estradas. Ao mesmo ritmo a que o ministro das finanças nos vai ao bolso e o licenciado em engenharia civil autoriza "outlets" e delapida o erário colectivo com maluqueiras de Alcochetes (a localidade estará por acaso assombrada?) e pesadelos de TGVs para ir a Madrid pedir esmola.
Para acreditar nas muitas espécies centenárias que povoam o Jardim Botânico de Coimbra, e que vão resistindo, é preciso visitá-lo. Para acreditar no abandono e no descuido a que está votado, também. Entregue à gestão da universidade de maior prestígio do país, não se podem assacar responsabilidades a quem o dirige. Mas cheira a falta de dinheiro em tudo o que é erva, Musa x paradisiaca, Strelitzia nicolai ou Eucalyptus cornuta. Que pena que, como sempre, não saibamos preservar a história e as riquezas que ela nos tem legado!
Ao mesmo tempo poderia rever alguma coisa da cidade, que não visito com frequência e que, de facto, não conheço como gostaria.
Mas esqueci-me que Coimbra, como o Porto, é uma cidade portuguesa. Gerida pelo mesmo tipo de políticos com que a fatalidade nos presenteou e que ajudaram a que desembocassemos na crise que não entendem. A cidade, como o país, está velha e decrépita. Esboroa-se em ruínas, cresce em entulho, à míngua de cuidados e manutenção. Definha! E, com ela, o Jardim Botânico, onde Brotero, mesmo de pedra, se contorce enquanto D. Afonso Henriques volteia no túmulo.
A maior parte do jardim está vedada ao público, com lentas obras em curso ou à espera delas. O abandono é notório e o desleixo sem qualificativos. Parece ter sido deixado à sua sorte, à espera do euromilhões e de verbas com que os orçamentos da cidade e do país se não preocupam. Prioritárias são as mordomias, as ajudas de custo e os automóveis topo de gama que devoram os quilómetros das auto-estradas. Ao mesmo ritmo a que o ministro das finanças nos vai ao bolso e o licenciado em engenharia civil autoriza "outlets" e delapida o erário colectivo com maluqueiras de Alcochetes (a localidade estará por acaso assombrada?) e pesadelos de TGVs para ir a Madrid pedir esmola.
Para acreditar nas muitas espécies centenárias que povoam o Jardim Botânico de Coimbra, e que vão resistindo, é preciso visitá-lo. Para acreditar no abandono e no descuido a que está votado, também. Entregue à gestão da universidade de maior prestígio do país, não se podem assacar responsabilidades a quem o dirige. Mas cheira a falta de dinheiro em tudo o que é erva, Musa x paradisiaca, Strelitzia nicolai ou Eucalyptus cornuta. Que pena que, como sempre, não saibamos preservar a história e as riquezas que ela nos tem legado!
2 Comentários:
Há dois anos, visitei o Jardim Botânico a propósito de uma possível visita de estudo. Fiquei tão desiludida! Nem queria acreditar no que via. Passados dois anos, tudo continua na mesma?! É uma pena!
Fátima
Boas, também lá fui este verão e também me desiludiu bastante...
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