Fevereiro
O dia tranquilo, banhado de um sol sereno, ergueu-se hoje dos meus braços, logo depois da madrugada. Entre a preguiça e o bocejo da manhã, as folhas verdes vestiram os ramos dos sabugueiros nos quintais atrás da casa. Nenhuma brisa, todas as folhas quietas. Nem o bico amarelo do melro solitário, irrequieto, saltitando de ramo em ramo, à procura de alimento, como se já pudesse haver frutos maduros quando ainda, temporãs, as magnólias começam a sua floração breve pelas ruas a que mais tarde darão alguma sombra contra a canícula.
De ti apenas e sempre a lembrança obsessiva sob a frescura dos lençóis, o perfume suave do teu corpo, a rebeldia matinal dos teus cabelos em desalinho parados na paisagem. Que longas distâncias temos percorrido e que longos caminhos temos ainda por percorrer, enquanto nos damos as mãos e o olhar. Dá-nos confiança o brilho confiante deste dia claro, inspira-nos, pousa-te no rosto aquele sorriso gaiato que se estende pelos anos e pela manhã fresca que te ilumina a face helénica. Vamos por diante, a vida é tudo o que ainda está por vir. Andemos, que Fevereiro aí está, iniciando o seu caminho. O ano é bissexto!
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