Mais 300 novas vagas em cursos de medicina
Este país é o país do faz-de-conta onde viram a luz os senhores António Maria Lisboa, Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas. Que, parecendo que não, lhe incutiram o gosto surrealista pelo qual pautua a sua vida colectiva. As pessoas são presas por terem cão e por não terem. Presas por se presumir que são criminosas e soltas por se presumir exactamente a mesma coisa. A afirmação e o seu contrário são igualmente válidos, não há verdade nem mentira.
O país não tem um sistema de saúde que não seja aquele de que o ministério faz propaganda. Com anúncios pagos nos jornais, a preço elevado. De resto, não funcionou e não funciona. O senhor ministro e os seus serviços não o sabem porque não conhecem o país ou porque, concientemente, são mentirosos
Por todo o lado, como se sabe, faltam médicos. Entretanto vão-se empregando a lavar vidros de janelas ou na construção civil médicos que nos chegaram de longe. Dificulta-se a entrada no sistema de médicos espanhóis que, indiscutivelmente, nos fazem falta. Mesmo nas grandes cidades, como Lisboa e Porto, milhares de utentes do sistema não têm atribuído médico de família, nem podem aspirar a tê-lo num prazo razoável. Na província, como ainda se persiste em dizer, a situação é ainda muito pior. As populações estão envelhecidas, carecem de mais e melhores cuidados e chegam a não ter nenhuns. Nem cuidados, nem médicos!
Mas quando esta manhã a ministra do ensino superior anunciou a criação de 300 novas vagas para cursos de medicina, o Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos sobiu para a cadeira e gritou que é um exagero, que não é preciso nada disso.
Porquê? Acaso sente o Sr. Bastonário que os membros do organismo que dirige vão, com mais médicos no mercado, perder prerrogativas, mordomias, privilégios e honorários? Especialmente honorários? O Sr. Bastonário, fica à vista de todos, também não faz a mínima ideia do que seja o país. E o pior é que nem quer fazer!
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