13 de novembro de 2003

A Maria da Graça, o Paulo e o Abreu

A Maria da Graça quase que estava esquecida. Depois de, no Porto, ter dado cabo de fortunas, vigarizado meio mundo, pregado calotes ao outro meio, corrompido trinta freguesias e subornado as restantes. E ainda presa, condenada e, graças a todos os santos, aministiada. Com este curriculo pirou-se para Espanha. Sabe-se agora que levou a vigarice até à república do Sr Chirac e que, de novo, está presa em Madrid. Entre outras coisas por se ter apropriado, penhorado e vendido algum meio milhão de euros que um burro, utilizando um jumento como intermediário, lhe confiou para venda.

O Paulo é o jumento, quer dizer, o intermediário. Foi-lhe levar as jóias e hoje é amigo dela. Entregou-lhas para que as vendesse e se cobrasse de uma comissão relativa ao seu trabalho. Para que ele pudesse cobrar-se da dívida, pelos vistos de jogo, que para com ele tinha o burro. Digo, o dono das ditas jóias.

O Abreu é o burro. Repito: burro mais que dono das jóias. Diz que são todas de sua propriedade e que ela, a Gracia, vendeu algumas que lhe pagou com cheques sem tecto e com transferências bancárias que não fez. Ficou com outras que lhe iam a matar com algumas toilletes que tinha. As restantes foi-as penhorando à medida das suas necessidades. O Abreu grita que tem facturas da compra de tudo e apregoa que é empresário. Mas que deve uma fortuna ao Paulo, que lhe emprestou dinheiro.

E que esquisito empresário é este? Não é caso de polícia saber onde comprou as jóias e onde foi buscar o dinheiro? E como se endividou e porquê? Porque no meio de tudo fica a certeza de que a história está mal contada. E que, no fundo, se trata de três vigaristas dos quais apenas um, a Maria da Gracia, está presa.

Premissas que desde logo permitem uma ilacção. Este é um país de contrastes em que os vigaristas vivem à solta. Para serem presos têm de se deslocar para Espanha. Vale?

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