As tias da Linha são umas pelintras
As tias da Linha vão a festas, saraus, casamentos, baptizados e comunhões mas é tudo só para empanzinar à conta. Porque são umas pelintras, andam tesíssimas da costa e não têm onde cair mortas. Tanto mais que na autarquia de Cascais o Dr Capucho pôs os terrenos do cemitério a preços do Dr Santana no Parque Mayer. Como se aquilo fosse o Parque das Nações!
Depois, agora, até a reputação foi posta em causa, com aquela história do Zé Castelo Branco e da Betty. Só lhes faltava ainda que as considerassem fúteis, palhaças, arrebentas e, mais do que isso, traficantes. A Lili nem tem dormido, nem com a ajuda do xanax, e vai tomando uns valiuns para se acalmar um pouco mais. E com o trabalho que ela tem, credo. Que nem pode ir a todas as festas para que a convidam, onde está presente gente tão gira, comparecem jornalistas tão sérios e tão altamente. Até o Carlos Castro, com tão boas maneiras, o querido. Só não pode faltar é ao baile anual do príncipe do Mónaco, chiquérrimo, que a convida pessoalmente, pelo telemóvel. Aquilo é que são quatro dias. Não, com o príncipe não, mesmo que ele a ache o máximo. Gostosa! Mas tem sempre muitos compromissos, tem muita ocupação.
A Cinha, coitada, tão querida. Primeiro o Pedro, chapa-ganha, chapa-gasta. Tudo, venha de onde vier. Sim, da Bola também e da televisão. Nem sequer mesada lhe dava, levava-a a algumas festas, pensava ele. Porque ela é que tem genealogia. Qual pedigree? Pedigree é de cão. Ela é que tem amigos, tão giros, tão queridos, que estão sempre a convidá-la. Hoje, para se arranjar decentemente, tem de se vestir à custa de algumas boutiques. Não, não anda nua, credo, as meninas lembram-se de cada uma. Que más que são, magas patalógicas!
A tia Paula, a escritora, nunca mais consegue vender tantos livros como a Margarida Pinto. E não percebe porquê, porque esta até é muito difícil de ler, muito filosófica. E tem de se manter no emprego, assessora do Ministério da Cultura, pois claro, onde haveria de ser. Ela, uma pessoa que já leu o Paulo Coelho quase todo, que se excita quando se fala de cultura. Às festas vai, de vez em quando, com roupas usadas e montes de penduricalhos enfiados no pescoço. São eles, os penduricalhos, que a safam de enrascadas e lhe acrescentam o charme.
Mas o Pedro Leitão, tão sorrisos, tão de cabelo penteado com risca ao meio, esse sim, esse gasta muito com as marcas e até vai a Paris para comprar um cinto. Sim, para segurar as calças, ai que curiosa querida! Foi lá que ele diz ter comprado umas cuecas que são o máximo, da Versace e que custaram 50 contos. Isso bem as tias queriam, mas ele nem as tira, nem com o uso, tão pouco com o surro. Sempre se tentava ver mais qualquer coisa. Se a houvesse, escondida, não era suas tolas? Tão malucas!
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