13 de novembro de 2003

Parabéns, Dr Cunhal

Parabéns pelo seu 90.º aniversário, Dr Cunhal. Sinceros. Mesmo não sendo militante do seu partido ou de qualquer outro. Mesmo não sendo comunista e me não identificando com a ideologia dos actuais partidos oficiais que, como se sabe, a não têm. Mesmo não tendo sequer alguma vez comprado o Avante, nem mesmo a semana passada para ler as suas reflexões. Ou até ido alguma vez, pelos princípios de Setembro, às festas da Quinta da Atalaia, para ouvir alguma música, comer umas bifanas, virar uns copos e ouvir palavras sem imaginação e sem novidade.

Mas, em minha opinião, o século passado fica a dever-lhe alguma coisa e, por isso, o senhor é digno de respeito – como toda a gente! – e de admiração. Porque o senhor foi e é um homem de convicções, e isso é digno de registo mesmo quando elas não são as nossas. Porque o senhor persistiu e lutou, de todas as formas e por todos os recantos, enquanto outros se acomodaram, como no ciclismo, ao derradeiro apoio do carro-vassoura, abrigando-se da intempérie e renunciando à violência do esforço.

Queira-se ou não, goste-se disso ou não, a política portuguesa do século vinte foi marcada pela luta entre duas figuras. O senhor foi, de facto, o adversário digno e temido do Dr Salazar. Mesmo que este tenha acabado por cair de maduro, como o regime que instituiu!

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