A elegância do discurso ou o desaforo da sugestão
Domingo passado, é público e parece que até os jornais desportivos se referiram a isso, disputou-se no novo estádio da Luz o primeiro Benfica-Sporting que fica para a história daquele recinto. Como aliás também já tinha ficado o encontro com o Beira Mar e hão-de naturalmente ficar muitos outros.
Como sempre, domingo, à hora do terço, a tribuna encheu-se de políticos em trabalho que, por essa razão, tiveram que deixar para mais tarde o sinal da cruz e o padre nosso. Até mesmo o padre Melícias que, segundo me disseram, se benze sempre que o Silva cabeceia a bola por cima da barra ou que o João Pinto faz um cruzamento com a alça demasiado levantada, teve que cumprir as suas obrigações mais cedo.
O recém descoberto talento literário, Pedro Santana Lopes, que a simpática Margarida Rebelo Pinto já disse temer no que respeita à concorrência, - literária, obviamente! - esteve também presente. Ainda na condição de presidente da Câmara, cremos nós, por causa de toda a burocracia que emperra o país, mesmo com as lojas do cidadão a funcionar, que não permitiu a actualização atempada do respectivo bilhete de identidade. Melhor do que ninguém ele sabe o que isso é e os transtornos que representa, com estado civil para aqui, estado civil para ali e, felizmente, aproveita-lhe o facto dos namoros e dos filhos não serem averbados no documento!
Antes da subida à tribuna e do início do encontro, protocolarmente acompanhado pelo presidente do Benfica, Santana Lopes foi convidado a descerrar trinta e cinco - depois perdemos-lhe a conta! - lápides assinalando o acontecimento. Com os dizeres habituais! Em tantos de tal e coisa, foi esta lápide descerrada por Sua Excelência - sempre assim, por extenso, sem erros de ortografia! - sendo presidente da direcção, e presidente da assembleia geral, e presidente do conselho fiscal, e pároco da freguesia, e natural de Benfica o Dr - assim, abreviadamente! - António Lobo Antunes, e roupeiro diz aí o nome do homem, para assinalar o primeiro "derby" - assim mesmo, para os adeptos sentirem que é importante! - entre as equipas do Benfica e do Sporting. O resultado é omitido - o que se lamenta - por só ser conhecido depois do jogo e, prognósticos, só no fim como dizia o defesa direito do Porto.
Tarefa insana para um presidente que está de saída - deixamos ao vosso gosto pessoal a opção pelo que preferirem! - para se dedicar à literatura ou à construção civil, especialmente depois de um daqueles almoços de que só o José Rodrigues Miguéis era capaz de falar. Mas o Dr Santana lá foi fazendo o sacrifício, a custo contendo um arroto aqui, mal disfarçando um bocejo ali. E não é que o presidente do Benfica, sempre que uma lápide era desnudada, se virava para o presidente da câmara e lhe dizia: vai mais uma!
Vai mais uma quê? Ora o desaforo! Então o homem tinha acabado de almoçar, precisava era de beber uma garrafa de água com gás para ajudar a digestão, a custo continha os bocejos e segurava as pálpebras, tanto que nem viu o penalti que o árbitro marcou logo - embora o tivesse aplaudido com três pinchos e quatro assobios - e a sugerirem-se-lhe coisas destas! Além do mais exerce ainda um cargo de responsabilidade, a libertinagem que se sugere em relação à generalidade dos escritores, como ele, ainda aguarda, mesmo que, de fio a pavio, já tenha decorado A Cartilha do Marialva. E, assim sendo, é, como dizia Chico Buarque na Ópera do Malandro, um homem de respeito, pi!
Como sempre, domingo, à hora do terço, a tribuna encheu-se de políticos em trabalho que, por essa razão, tiveram que deixar para mais tarde o sinal da cruz e o padre nosso. Até mesmo o padre Melícias que, segundo me disseram, se benze sempre que o Silva cabeceia a bola por cima da barra ou que o João Pinto faz um cruzamento com a alça demasiado levantada, teve que cumprir as suas obrigações mais cedo.
O recém descoberto talento literário, Pedro Santana Lopes, que a simpática Margarida Rebelo Pinto já disse temer no que respeita à concorrência, - literária, obviamente! - esteve também presente. Ainda na condição de presidente da Câmara, cremos nós, por causa de toda a burocracia que emperra o país, mesmo com as lojas do cidadão a funcionar, que não permitiu a actualização atempada do respectivo bilhete de identidade. Melhor do que ninguém ele sabe o que isso é e os transtornos que representa, com estado civil para aqui, estado civil para ali e, felizmente, aproveita-lhe o facto dos namoros e dos filhos não serem averbados no documento!
Antes da subida à tribuna e do início do encontro, protocolarmente acompanhado pelo presidente do Benfica, Santana Lopes foi convidado a descerrar trinta e cinco - depois perdemos-lhe a conta! - lápides assinalando o acontecimento. Com os dizeres habituais! Em tantos de tal e coisa, foi esta lápide descerrada por Sua Excelência - sempre assim, por extenso, sem erros de ortografia! - sendo presidente da direcção, e presidente da assembleia geral, e presidente do conselho fiscal, e pároco da freguesia, e natural de Benfica o Dr - assim, abreviadamente! - António Lobo Antunes, e roupeiro diz aí o nome do homem, para assinalar o primeiro "derby" - assim mesmo, para os adeptos sentirem que é importante! - entre as equipas do Benfica e do Sporting. O resultado é omitido - o que se lamenta - por só ser conhecido depois do jogo e, prognósticos, só no fim como dizia o defesa direito do Porto.
Tarefa insana para um presidente que está de saída - deixamos ao vosso gosto pessoal a opção pelo que preferirem! - para se dedicar à literatura ou à construção civil, especialmente depois de um daqueles almoços de que só o José Rodrigues Miguéis era capaz de falar. Mas o Dr Santana lá foi fazendo o sacrifício, a custo contendo um arroto aqui, mal disfarçando um bocejo ali. E não é que o presidente do Benfica, sempre que uma lápide era desnudada, se virava para o presidente da câmara e lhe dizia: vai mais uma!
Vai mais uma quê? Ora o desaforo! Então o homem tinha acabado de almoçar, precisava era de beber uma garrafa de água com gás para ajudar a digestão, a custo continha os bocejos e segurava as pálpebras, tanto que nem viu o penalti que o árbitro marcou logo - embora o tivesse aplaudido com três pinchos e quatro assobios - e a sugerirem-se-lhe coisas destas! Além do mais exerce ainda um cargo de responsabilidade, a libertinagem que se sugere em relação à generalidade dos escritores, como ele, ainda aguarda, mesmo que, de fio a pavio, já tenha decorado A Cartilha do Marialva. E, assim sendo, é, como dizia Chico Buarque na Ópera do Malandro, um homem de respeito, pi!
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