27 de janeiro de 2004

É época de saldos: baixem os preços!

Não conheço pessoalmente ou de vista o Sr Vasco Pulido Valente. Pelo que ouço e pelo que de vez em quando leio, imagino-o uma pessoa irascível, perfeitamente intratável, indomável, que não seria nunca capaz de se sujeitar à ditadura de voto do PSD na questão do aborto. Por exemplo. E que até é capaz de julgar que engravidar é pura e simplesmente um disparate.

No resto, não sendo também um conhecedor profundo, admiro-lhe a escrita escorreita e breve, o poder de síntese, a subtileza da ironia, a atrocidade do sarcasmo e a frase curta. Quase sempre como um directo ao queixo. E os directos ao queixo, recorde-se, não têm muitas vezes qualquer razoabilidade. Tem andado arredio das colunas, creio que por doença. Tem feito falta, espero que esteja melhor, formulo votos de rápida recuperação. Faça qualquer coisa, mexa-se, entregue-se à escrita, recupere a coluna.

Registo todavia que, contrariando as ideias do Sr José de Mello, logo que anuncia o regresso proclama que "a dura verdade é que Espanha não nos quer anexar". Fico naturalmente deprimido. Eu, que não tendo no loteamento do país os mesmos interesses do Sr Mello, já me via com possibilidades financeiras para, uma vez por outra, ir a Chamartin para ver o Real de Madrid, deglutir umas tapas e aviar uns copos.

Mas se as coisas são como diz o Sr Valente deve, mais do que nunca, fazer-se aquilo que aqui eu já sugeria uns dias atrás. A época é de saldos, cortem mais nos preços, façam gratuitamente os arranjos às baínhas, não debitem encargos financeiros. Mas não aceitem devoluções!

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