25 de janeiro de 2004

José de Mello sugere o loteamento do país

O Expresso, semanário com um elevado preço de referência, provocou ontem uma certa agitação que se prolongou pelo dia de hoje, especialmente nos adros das igrejas antes da missa das onze. Isto porque, em primeiro lugar, o Sr José António Saraiva veio declarar o país atordoado, perplexo e hesitante sobre o rumo a seguir. Concluindo que ser português é muito perigoso.

Acto simultâneo, e no mesmo semanário, o Sr José de Mello adiantou a solução para o problema, sugerindo que o país fosse dividido em três lotes, se aproveitasse a época dos saldos e se passasse a patacos enquanto é tempo e os castelhanos estão dispostos a dar alguma coisa por ele, mesmo que seja com pagamento diferido. Sem cobrar juros.

Entretanto, sendo domingo, depois da missa o país foi almoçar fora, passou a tarde a ouvir os relatos da bola, viu a prédica do professor Marcelo já noite caída e espera pelo desenvolvimento da situação amanhã, segunda-feira, dia útil, com a bolsa a funcionar e sem nenhuma greve da função pública em marcha.

Se tudo der certo a missa do próximo domingo pode já vir a ser dita em castelhano e o Sr José António Camacho poderá abandonar de vez as explicações de português em que quase não tem registado progressos. Crê-se que por falta de aplicação!

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