Alguém quer fazer o favor de me explicar?

Mas pode ser um convite à blogosfera. Para que alguém, mais informado do que eu, me explique porque razão, sistematicamente, os políticos optam por cargos que eles dizem precários e mal remunerados, em detrimento de carreiras estáveis, bem remuneradas e com direito a mordomias que passam à margem do fisco e dos impostos. Nunca percebi qual a razão que leva um católico a escolher ser ministro, ter um ordenado de mil contos mensais, dispor de três automóveis de topo de gama com motorista às ordens e receber despesas de representação de outros quinhentos contos. E depois, como tutela de uma qualquer empresa pública, nomear administradores que ganham o triplo, ficam com os automóveis ao fim de três anos e têm motoristas fardados que nem sequer são forçados a conduzir em transgressão, a mais de 120 quilómetros por hora nas auto-estradas. Por muito que me esforce, não o compreendo e dou por mim, sempre, a pensar que os políticos são simplesmente masoquistas. Muito mais do que patriotas, empenhados de alma e coração na defesa do interesse público, como mentirosos professores me ensinaram na escola.
Esta situação é especialmente evidente no caso dos autarcas, nomeadamente dos presidentes de câmara. Todos dizem não estar e nunca ter estado agarrados ao poder, mas são contra a limitação de mandatos. Eternizam-se nos cargos, como o Sr Narciso Miranda que, mais do que ninguém, nunca quis o poder e não está preso a ele. Mas que sempre teve o cuidado de deixar a cadeira da câmara ocupada interinamente, para poder regressar. Como já regressou quando achou que ser secretário de estado do mar era água a mais para a sua cisterna. Persistentemente afixam cartazes a enaltecer as obras sem dimensão e sem significado. Que, mesmo assim, na maioria dos casos, nem sequer promoveram. Como o Dr Santana, o Dr Soares filho, o Dr Gomes carago ou o engenheiro Nuno Cardoso.
O Porto, creio, nesta pouca vergonha leva incomensurável vantagem a Lisboa. Há dias o presidente da Câmara anterior, Nuno Cardoso, andou a passear-se pela cidade para que o fotografassem de frente e de perfil, para a ilustração da entrevista. A cidade, dizia ele, estava parada. O que é inquestionavelmente verdade. Já assim tinha sido com ele e, antes dele, com o Dr Gomes, carago. Antes do Dr Gomes, carago, também! E, para exemplificar, foi invocando exemplos que, se fosse homem de bom senso, teria feito por esquecer.

Eu acho que estas situações justificam algumas coisas ou até, provavelmente, muitas coisas. Creio que começo a perceber a apetência pelo desempenho de cargos políticos. A bem do interesse público. E a bem do interesse privado também!
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