Com tanto remédio o governo ainda acaba com os problemas
Com pompa e circunstância o governo anunciou ontem, pela boca do primeiro-ministro, um conjunto de cem compromissos - vocábulo de conteúdo indefinido e de cumprimento duvidoso - a concluir até 2006, na data da celebração do 10º aniversário do Dia Internacional da Família. Fê-lo no Teatro Nacional D. Maria II que, como se sabe, é o local mais frequentado pelas famílias lisboetas e que apenas é ultrapassado na noite de Santo António pelo Pátio Alfacinha. Não é igualmente frequentado pelas famílias residentes na província, nomeadamente no Douro Litoral, Trás-os-Montes e Beiras, devido ao congestionamento das auto-estradas e ao elevado preço dos bilhetes de comboio.
As cem medidas constituem, obviamente, um extenso manifesto de intenções que, preferencialmente, contempla aquilo a que chama medidas sociais em detrimento de incentivos fiscais. Claro! Antes de mais é preciso assegurar que as medidas, na eventualidade de serem implementadas, não representarão nenhuma quebra na arrecadação de receitas e, se possível, nenhuma subida nas despesas suportadas pelo orçamento. Depois anunciam-se generalidades ambíguas, sem nada de concreto, que possa amanhã vir a comprometer o governo. Quer dizer, sem custos imediatos, a campanha eleitoral para as legislativas de 2006 está em marcha!
Os enunciados chegam a ser caricatos. A reforma parcial e a redução do tempo de trabalho entendem-se como incentivos à promoção da família. No que, naturalmente, são precedidos pelo desemprego, pela pré-reforma, pelo trabalho precário e pelo encerramento irreversível das empresas. Como, a propósito, agora acontece com a Bombardier na Amadora. E como, ao que parece, vai acontecer de seguida e até ao final do ano, com a Delphi na fábrica do Linhó, Sintra.
Trata-se, neste caso, deste governo e da coligação que politicamente lhe serve de muleta. Mas a questão é mais profunda e denuncia a ignorância, o desinteresse e o desrespeito da classe política para com o país real que a emprega e que lhe paga. Os políticos não conhecem o país nem estão interessados em conhecê-lo. Desconhecem os seus problemas e não estão minimamente interessados em conhecê-los. As taxas de natalidade atingiram mínimos nunca sonhados. As populações estão cada vez mais envelhecidas e abandonadas. Não há estruturas onde se possam acolher, não há sistema de saúde que se ocupe de as tratar. O Estado, naturalmente, demarca-se de quaisquer responsabilidades que lhe possam ser imputadas, não vá o diabo tecê-las.
Se em vez de intenções fossem anunciadas medidas concretas, que não se limitassem a ser compromissos vazios, nem sequer seriam necessárias tantas. Se assim fosse, os problemas estariam extintos antes de consumidos todos os remédios.
As cem medidas constituem, obviamente, um extenso manifesto de intenções que, preferencialmente, contempla aquilo a que chama medidas sociais em detrimento de incentivos fiscais. Claro! Antes de mais é preciso assegurar que as medidas, na eventualidade de serem implementadas, não representarão nenhuma quebra na arrecadação de receitas e, se possível, nenhuma subida nas despesas suportadas pelo orçamento. Depois anunciam-se generalidades ambíguas, sem nada de concreto, que possa amanhã vir a comprometer o governo. Quer dizer, sem custos imediatos, a campanha eleitoral para as legislativas de 2006 está em marcha!
Os enunciados chegam a ser caricatos. A reforma parcial e a redução do tempo de trabalho entendem-se como incentivos à promoção da família. No que, naturalmente, são precedidos pelo desemprego, pela pré-reforma, pelo trabalho precário e pelo encerramento irreversível das empresas. Como, a propósito, agora acontece com a Bombardier na Amadora. E como, ao que parece, vai acontecer de seguida e até ao final do ano, com a Delphi na fábrica do Linhó, Sintra.
Trata-se, neste caso, deste governo e da coligação que politicamente lhe serve de muleta. Mas a questão é mais profunda e denuncia a ignorância, o desinteresse e o desrespeito da classe política para com o país real que a emprega e que lhe paga. Os políticos não conhecem o país nem estão interessados em conhecê-lo. Desconhecem os seus problemas e não estão minimamente interessados em conhecê-los. As taxas de natalidade atingiram mínimos nunca sonhados. As populações estão cada vez mais envelhecidas e abandonadas. Não há estruturas onde se possam acolher, não há sistema de saúde que se ocupe de as tratar. O Estado, naturalmente, demarca-se de quaisquer responsabilidades que lhe possam ser imputadas, não vá o diabo tecê-las.
Se em vez de intenções fossem anunciadas medidas concretas, que não se limitassem a ser compromissos vazios, nem sequer seriam necessárias tantas. Se assim fosse, os problemas estariam extintos antes de consumidos todos os remédios.
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