2 de abril de 2004

Os portugueses ganham menos do que o resto da Europa?

Clara Ferreira Alves terá ontem dito aos microfones da TSF mais ou menos o seguinte:

Os portugueses ganham menos do que o resto da Europa, mas pagam, proporcionalmente, as contas mais caras de telefone, de electricidade e de gasolina. E, curiosamente, de cada vez que se fala em liberalizar o mercado, as nossas contas não páram de aumentar.

Enganou-se a rapariga, está visto! Primeiro, nunca eu ouvi nenhum membro do governo, deste ou dos anteriores de que ainda me lembro alguma coisa, dizer que nós ganhamos menos do que os europeus. E acredito que a afirmação seja até injusta para com o governo do Dr Barroso que tem tido, na Dra Manuela Leite, uma convicta euripeísta. Tanto assim que há já dois anos que não dá nenhum aumento aos funcionários públicos por mera questão de solidariedade com os nossos parceiros europeus. Para lhes possibilitar que, tendo aumentos, os seus ordenados se aproximem dos nossos. E é vê-los felizes, desde que sabem disso. Ao que parece até não são muito exigentes e não se querem aproximar de nós por aí além!

Quanto aos preços o máximo que tenho ouvido é os membros dos governos dizerem que estão ao nível da Europa, o que me deixa tão inchado de vaidade que, muitas vezes, quase não caibo nas calças. Estamos com os melhores, está cumprida a promessa que nos fez o Dr Barroso de que seríamos um dos países mais desenvolvidos da Europa. Até o Sr José Manuel Fernandes ouviu. Ele e o patrão dele. O Sr Luís Fazenda é que parece que não.

Agora quando se fala em liberalização do mercado, aí excito-me - no bom sentido, que sou uma pessoa de respeito! - e transformo-me num consumidor compulsivo. Se a notícia é dada à noite - caso o embaixador da Casa Pia não ocupe o telejornal todo - já quase que não durmo, apesar do comprimido para a pedrada. Logo pela madrugada estou à porta do Bolhão para ser dos primeiros a entrar no mercado liberalizado. O que me chateia é chegar lá e encontrar sempre o preço dos nabos pela hora da morte. O que nem se aceita e nem sequer se compreende: há tantos!

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