As obras da Cordoaria e Hospital de Santo António
Ainda há dias, com espavento, se noticiava a conclusão das obras junto ao Hospital de Santo António. As mesmas, recorde-se, inseriam-se na renovação da zona no âmbito da Porto 2001 que Deus haja.
Sem grande esforço de memória o portuense recorda ainda a primeira inauguração do jardim da Cordoaria, numa manhã de temporal, por entre a água barrenta dos charcos e o lamaçal escorregadio, com as obras a anos de estarem concluídas. Deslocou-se de Lisboa o engenheiro Guterres, solícito, vaidoso e com a vergonha convenientemente arrumada no fundo da algibeira.
Passados anos, sem que haja no horizonte imediato a perspectiva de nenhum acto eleitoral, eis que o presidente da Câmara se passeia pela zona, anuncia a conclusão das obras, incha o peito de orgulho. E, convenientemente, deixa a vergonha no fundo da algibeira, mesmo para lá do lenço de cambraia com que afaga a fronte.
Ontem, dia 4 de Novembro de 2004, em frente ao Hospital de Santo António, o Largo de Abel Salazar apresentava o aspecto que a imagem documenta. Enquanto poucos e não apressados trabalhadores continuavam a assentar pedra, revirar terras e remover entulho. No meio, reduzido a estátua, Júlio Dinis estava, como se pode verificar, verde de todo. Foi antes do jogo e não celebrava seguramente o dilatado resultado do Sporting contra uns gregos quaisquer. Só podia ser de raiva. Pelo abandono em que o deixaram no meio da terra lavrada ou pelo trabalho que, mesmo depois de morto, lhe deixaram para fazer. Com ou sem inauguração, há-se certamente seguir-se a sementeira.
Sem grande esforço de memória o portuense recorda ainda a primeira inauguração do jardim da Cordoaria, numa manhã de temporal, por entre a água barrenta dos charcos e o lamaçal escorregadio, com as obras a anos de estarem concluídas. Deslocou-se de Lisboa o engenheiro Guterres, solícito, vaidoso e com a vergonha convenientemente arrumada no fundo da algibeira.
Passados anos, sem que haja no horizonte imediato a perspectiva de nenhum acto eleitoral, eis que o presidente da Câmara se passeia pela zona, anuncia a conclusão das obras, incha o peito de orgulho. E, convenientemente, deixa a vergonha no fundo da algibeira, mesmo para lá do lenço de cambraia com que afaga a fronte.
Ontem, dia 4 de Novembro de 2004, em frente ao Hospital de Santo António, o Largo de Abel Salazar apresentava o aspecto que a imagem documenta. Enquanto poucos e não apressados trabalhadores continuavam a assentar pedra, revirar terras e remover entulho. No meio, reduzido a estátua, Júlio Dinis estava, como se pode verificar, verde de todo. Foi antes do jogo e não celebrava seguramente o dilatado resultado do Sporting contra uns gregos quaisquer. Só podia ser de raiva. Pelo abandono em que o deixaram no meio da terra lavrada ou pelo trabalho que, mesmo depois de morto, lhe deixaram para fazer. Com ou sem inauguração, há-se certamente seguir-se a sementeira.
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