1 de novembro de 2004

O extenso rol de incompetentes que tem dirigido o Porto

Até ao consulado de Fernando Gomes era frequente eu dizer que a cidade do Porto tinha tanta sorte com os presidentes de câmara que elegia que os eleitores os mandavam embora depois do primeiro mandato. Fernando Gomes, ao ser reeleito, foi a excepção que confirma a regra: foi pior a emenda do que o soneto.

A Câmara do Porto, talvez mais do que qualquer outra instituição deste pequeno país, tem sido palco de lutas pessoais, traições, projectos particulares, fins abjectos e trajectos sem escrúpulos. E sempre, sempre, tendo ao leme pilotos incompetentes, incapazes de determinar as coordenadas e estabelecer o rumo. Orgulhando-se em tempos idos de ser conhecida pela capital do trabalho a cidade é hoje a capital do desemprego. Sem nenhum orgulho. E caminha, velozmente, para ser a capital do ridículo e o expoente máximo da incúria e da incompetência. Ambos irresponsáveis. Ambos ilesos e sem pena.

A série de obras realizada nos últimos anos é disso ilustração bastante, quadro de autêntico mestre. A cidade foi reconhecida como património mundial pela Unesco: pouca gente o sabe e ninguém o nota. Foi capital europeia da cultura em 2001: ainda tem em construção a sua obra emblemática que é a famigerada Casa da Música. Gastou uma fortuna na construção de um edifício a que um mal intencionado chamou transparente: ainda está para descobrir para que é que ele serve e o que lá há-de pôr. Construiu aquilo a que pretensiosamente chamou Funicular dos Guindais: não sabia depois quem iria explorá-lo e quase que ninguém conseguia pôr a geringonça em andamento. Expulsou o toxicodependente da Viela do Anjo, requalificou - como eu gosto desta palavra, a Dra Edite Estrela ainda me há-de dar uma lição sobre ela! - a zona, gastou um balúrdio e chamou a fanfarra para a inauguração. Depois abandonou tudo, mandou retirar a polícia, convidou o toxicodependente a regressar, entaipou janelas, portas e portões.

Felizmente o Porto tem gente atenta. Gente que antes de mim, com melhor conhecimento e mais apropriadamente ergue o braço e solta o grito. Levo apenas à cidade o meu insignificante contributo na denúncia. A Viela do Anjo e o que se passa com ela é apenas mais uma vergonha. Que pode não ter rosto mas que, seguramente, tem responsáveis!

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