A qualidade do ensino e a lógica da batata
Ontem, numa qualquer cerimónia realizada na Universidade de Évora, um jovem usando traje académico e com ar de quem já anda pelo centro histórico há uns anos, exigia, em nome dos alunos, um ensino de qualidade. Salientava que aqueles deveriam ser estimulados a aprender, a devotarem-se ao estudo, a reservarem à frequência das aulas o tempo necessário e à prática das praxes aquele de que se pudesse dispor.
Poucos dias antes, a outro nível, os pais dos jovens que este ano deverão prestar provas de avaliação no nono ano - acompanhados por alguns políticos para quem todos os meios são bons - defendiam que os exames pura e simplesmente não deveriam ser levados a efeito. A pretexto de todos os sobressaltos por que passou o início do ano lectivo e do atraso na abertura efectiva dos estabelecimentos de ensino.
Ambas as intervenções são o espelho do desorientado país que mora a oriente do Cabo da Roca. Não têm nenhum bom senso e muito menos o suporte de qualquer raciocínio lógico, mesmo elementar. Somos definitivamente o país em que, arrogantemente, toda a gente sabe de tudo, sem nunca ter aprendido nada. Alguns concursos televisivos, cuja audiência se apoia no valor dos prémios que se podem alcançar - é a retoma, é a retoma! - são encenações confrangedoras daquilo que os portugueses, regra geral jovens, sabem sobre a vida e sobre o mundo que os cerca.
O estudo é obviamente como o trabalho que a maior parte das pessoas realiza: um castigo. Mas do qual, quer se queira quer não, depende a subsistência. Não é um divertimento, uma feira popular, uma discoteca ou um bar copiado da Irlanda. Na escola há peões diversos, hierarquias, tarefas e funções estabelecidas. Não compete aos alunos dar aulas aos professores nem aprová-los, com distinção ou sem ela. Não compete aos pais definir as regras do jogo e estabelecer o conteúdo dos testes a que serão submetidos os filhos. Não compete aos professores fazer aquilo que a família não faz e inverter o estado de coisas sobre a má criação e a falta de maneiras das criancinhas.
Não sabendo os alunos português, como não sabem, nem eles são definitivamente burros nem a culpa, sem contraditório, é forçosamente da gramática. Não sabendo os alunos matemática, como não sabem, nem o seu coeficiente de inteligência é negativo nem a culpa é obviamente da tabuada. Do mesmo modo que não são incompetentes todos os professores e exemplares todos os pais. E também não é nenhum ministro da educação, seja Maria ou seja Manuel, que vai modificar o estado de coisas. Mesmo que force os alunos a terem por única companhia, durante 24 horas, a gramática ou a álgebra.
Poucos dias antes, a outro nível, os pais dos jovens que este ano deverão prestar provas de avaliação no nono ano - acompanhados por alguns políticos para quem todos os meios são bons - defendiam que os exames pura e simplesmente não deveriam ser levados a efeito. A pretexto de todos os sobressaltos por que passou o início do ano lectivo e do atraso na abertura efectiva dos estabelecimentos de ensino.
Ambas as intervenções são o espelho do desorientado país que mora a oriente do Cabo da Roca. Não têm nenhum bom senso e muito menos o suporte de qualquer raciocínio lógico, mesmo elementar. Somos definitivamente o país em que, arrogantemente, toda a gente sabe de tudo, sem nunca ter aprendido nada. Alguns concursos televisivos, cuja audiência se apoia no valor dos prémios que se podem alcançar - é a retoma, é a retoma! - são encenações confrangedoras daquilo que os portugueses, regra geral jovens, sabem sobre a vida e sobre o mundo que os cerca.
O estudo é obviamente como o trabalho que a maior parte das pessoas realiza: um castigo. Mas do qual, quer se queira quer não, depende a subsistência. Não é um divertimento, uma feira popular, uma discoteca ou um bar copiado da Irlanda. Na escola há peões diversos, hierarquias, tarefas e funções estabelecidas. Não compete aos alunos dar aulas aos professores nem aprová-los, com distinção ou sem ela. Não compete aos pais definir as regras do jogo e estabelecer o conteúdo dos testes a que serão submetidos os filhos. Não compete aos professores fazer aquilo que a família não faz e inverter o estado de coisas sobre a má criação e a falta de maneiras das criancinhas.
Não sabendo os alunos português, como não sabem, nem eles são definitivamente burros nem a culpa, sem contraditório, é forçosamente da gramática. Não sabendo os alunos matemática, como não sabem, nem o seu coeficiente de inteligência é negativo nem a culpa é obviamente da tabuada. Do mesmo modo que não são incompetentes todos os professores e exemplares todos os pais. E também não é nenhum ministro da educação, seja Maria ou seja Manuel, que vai modificar o estado de coisas. Mesmo que force os alunos a terem por única companhia, durante 24 horas, a gramática ou a álgebra.
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