Secretário-geral
Desajeitadamente o PCP tirou hoje da cartola o camarada Jerónimo de Sousa como indigitado sucessor de Carlos Carvalhas no cargo de secretário-geral. Tão desajeitadamente que já toda a gente sabia, menos ele, embora confessasse não ficar surpreendido com a escolha. Agora, sem concorrência, sem nenhuma explanação de ideias e sem nenhum projecto, será eleito no próximo congresso, com cem por cento dos votos e por aclamação. Melhor nem mesmo a entronização do companheiro Santana Lopes na confraria do galo de Barcelos, com oitenta e nove por cento dos votos e por aclamação. Com o voto contra do gigante Marques Mendes que teve a coragem de deixar claro que as ideias se não medem aos palmos e que, caso assim se queira, se não deixa atrasar o pagamento de quotas.
Quanto ao PCP, renova-se. Quanto aos militantes que o dirigem, que não propriamente quanto à estratégia a seguir na defesa das ideias que perfilha. Tanto assim é que o Daniel Oliveira, por descuidada gralha do sacana do teclado, alude ao sectário-geral e às más notícias para tudo o que é canhotinho. Jerónimo de Sousa, orgulhoso pela nomeação, pensa que se poderá reedificar o muro de Berlim e injectar Fidel Castro com uma mezinha que lhe restitua a habilidade para conduzir tanques e a juventude para invadir Guantanamo. Um adágio popular diz que não deve o sapateiro subir além da chinela. Mas nunca ouvi nenhum que dissesse que não deve o serralheiro de ir além da bigorna.
Quanto ao PCP, renova-se. Quanto aos militantes que o dirigem, que não propriamente quanto à estratégia a seguir na defesa das ideias que perfilha. Tanto assim é que o Daniel Oliveira, por descuidada gralha do sacana do teclado, alude ao sectário-geral e às más notícias para tudo o que é canhotinho. Jerónimo de Sousa, orgulhoso pela nomeação, pensa que se poderá reedificar o muro de Berlim e injectar Fidel Castro com uma mezinha que lhe restitua a habilidade para conduzir tanques e a juventude para invadir Guantanamo. Um adágio popular diz que não deve o sapateiro subir além da chinela. Mas nunca ouvi nenhum que dissesse que não deve o serralheiro de ir além da bigorna.
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