15 de novembro de 2004

Era melhor turmas mistas

O funeralA TSF é mais um elo da cadeia do pouco escrupuloso universo da PT. Pouco escrupuloso porque nos priva, sem nenhuma razão e sem uma palavra, da sensatez, do equilíbrio e da erudição de profissionais de comunicação - antigamente conhecidos por jornalistas - como Mário Bettencourt Resendes e Luís Delgado a quem estava cometida parte de nossa educação como ignorados membros da classe operária, depois do abandono do sempre lembrado camarada Arnaldo Matos. E redu-los ao ofício amanuense de administrar empresas e maximizar o lucro como se fossem gerentes das lojas Modelo ou chefes de cozinha da Pizza Hut.

Depois dá no que dá, promovendo a realização diária de dois fóruns - rapazes de manhã, raparigas à tarde, nada de misturas que ainda se emparelham - devotados aos mais blogosféricos temas da actualidade. Os resultados da bola, as eleições do Benfica, o congresso do Lopes e a borracha do Rocha. Ignorantes e alarves, sem a superior orientação que lhes subtraíram, os portugueses discutem tudo como se fossem as inutilidades da Quinta e as recauchutagens da Lili. Hoje discute-se o funeral que o Vasco P. Valente noticiou na sua coluna necrológica. Há quem tenha gostado muito, tivesse achado que não havia flores menos nobres do que orquídeas, sinta o homem como um estradista. Há também quem se insurja contra as flores de plástico, tudo imitação, importadas dos arredores de Pequim, a comporem as palmas e as coroas, de fita negra e cartão de condolências.

Por mim, estradista foi só o Joaquim Agostinho que Deus haja, subindo os Alpes como se fossem a serra da Malcata. Com as feras do pelotão a gritar "doucement Tino", já com Huez à vista e a vitória assegurada.

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